RECHEIO - Algoritmo de festa
#️⃣ Edição 15
⏱️ Tempo de leitura: 10 minutos
Quem é que não adora xingar o Algoritmo que tanto atrapalha nossa vida de conteúdo, né?…
É um dos nossos poucos alívios no dia a dia, quando o post não tem aquele alcance esperado. Ou quando o vídeo postado no mesmo dia e hora de sempre, por alguma razão, não dá nem metade dos likes normais.
A culpa é do tal Algoritmo, que está sempre mudando e a gente não sabe o que quer da gente. Mas será mesmo? O que parece uma grande Caixa Preta na verdade tem mais dados disponíveis para você usar estrategicamente do que você imagina. Vamos investigar…
Vamos falar de Instagram, afinal, é a rede mais importante para os marqueteiros. Por lá, o trabalho não é feito por 1 algoritmo, mas por vários que se combinam para engajar o usuário da maneira mais instantânea e duradoura possível.
Segundo Adam Mosseri, head da rede social, algumas coisas não impactam em nada: uso de hashtags, conteúdo das legendas e qualidade da imagem. Nada disso é levado em conta, embora sejam importantes para seu posicionamento de marca.
Porém, o executivo publicou lá em 2021 um texto onde dava a receita real para ranquear o que é entregue primeiro a partir de todos os posts disponíveis das contas que um usuário segue.
Os principais fatores, tanto para feed quanto para stories, são:
Informações básicas — popularidade (likes e comentários), horário da postagem, duração (se vídeo) e local da publicação.
Informações do usuário — o algoritmo avalia se o post pode ser interessante com base em interações passadas e recentes.
Atividade do usuário — dados como quantos perfis a pessoa segue, quanto ela curte e que tipos de formato ela engaja mais.
E na hora de explorar…
A partir daí, muda um pouco. Para aparecer na aba de Explorar, alguns outros fatores entram na conta:
Popularidade do post — basicamente, número de pessoas que viram e interagiram.
Histórico de interação — a prioridade é para posts de usuários que a pessoa não conheça, mas se já houve alguma interação no passado, isso ajuda.
Atividade do usuário — posts que a pessoa curtiu, comentou ou salvou a partir de aba de Explorar no passado. Ou seja, se ela curtiu ver algo sobre música, mais posts sobre o tema vão aparecer. Se ela curtiu vídeos, mais vídeos aparecem.
Informação sobre quem postou — quanto mais pessoas diferentes interagiram com aquele perfil, mais chances dele ser exibido em Explorar.
Tá, mas e o Reels?
Bem, para o formato do momento a lógica é praticamente a mesma, mas alguns novos fatores ganham mais peso, e essa é a parte importante:
Informações sobre o Reel — o Instagram tenta determinar qual é o tema do vídeo baseado na trilha sonora e nos frames, além do engajamento dele. Inclusive, se a música usada for muito popular na rede, o post tem mais chances de ser entregue.
Ou seja, não é pela legenda ou pelas hashtags que o Insta sabe sobre o que seu vídeo é, mas por uma análise das imagens, da música e do perfil de pessoas que mais engajaram — se muitos perfis que curtem vídeos de culinária estão vendo seu reel, grandes chances de que ele será entregue para mais pessoas que também gostam.
Pra encerrar, um dado importante: postagens mais recentes têm maiores chances de serem entregues primeiro. A ideia é engajar quem acabou de abrir o app com o conteúdo mais atual dos perfis que a pessoa mais gosta. Pensando nisso, já sabe, publique nos horários de mais engajamento e tenha consistência de coisas novas.
E esteja sempre a postos para mudar a estratégia. Mais importante que dominar um algoritmo, é saber dançar qualquer música que começar a tocar na festa…
RECHEADA DE INFORMAÇÃO
Toda semana, um gráfico pra você pensar…
TÁ QUENTINHO
As principais novidades e tendências do mundo do conteúdo.
O Yahoo comprou tráfego “pirata” para ganhar audiência…
Segundo uma investigação feita pela DeepSee. Os números inflaram os pageviews do Yahoo, TechCrunch e Autoblog. Faz parte de uma tática chamada “tráfego incentivado”, que funciona basicamente assim: você entra em um site daqueles para baixar um torrent de um filme ou série, então um popup de outro site aparece para você antes do download ser liberado... Já imaginou onde isso vai dar, certo? O Yahoo apareceu nesses redirects para ganhar views. Apesar de não ser ilegal, o mercado não está vendo isso com bons olhos e o Google definitivamente não gosta.
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Vale a pena esconder os likes do Instagram?…
Depende. Um artigo recente da Buffer conta mais sobre esse movimento que começou em 2019 em busca de uma rede social mais positiva. Mas para marcas, a decisão pode ter impacto na hora de fechar campanhas de branded, atrair parceiros ou dar transparência. A dica? Mantenha eles abertos, mas não se guie neles para criar seus conteúdos. Afinal, comentários têm mais valor mesmo.
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Mal chegou, é o adeus da CNN+…
Bizarro que em menos de 1 mês eu anunciei a chegada da nova plataforma, a informação de que ela não estava bem e, agora, que ela fechou de vez. Mas não foi só problema de audiência, teve também um desencontro de expectativas do projeto (que já existia) e a mudança de dono da CNN, que agora passou a fazer parte da Discovery. Sinal de que mais mudanças grandes vêm por ai no modelo de negócio.
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As tendências do Twitter para 2022 estão aqui…
(E nenhuma delas é sobre bilionários comprando redes sociais). É resultado da análise de “bilhões de tweets” feitos nos últimos dois anos e apontam para três grandes movimentos que estão se consolidando:
A Grande Restauração — após o burnout, vem a vontade de priorizar o bem estar e a sustentabilidade, com muita cobrança para as empresas fazerem sua parte.
Mundos Feitos por Fãs — pessoas criam a nova realidade e o poder da comunidade direciona para onde os novos gostos irão. E a propriedade de tudo será mais compartilhada do que nunca.
Finanças Ficam Sociais — falar de dinheiro se torna cada vez mais comum. Especialistas trocam ideias e transformam pessoas em entusiastas. Criptomoedas se tornam mais acessíveis.
Você vê tudo com muito mais detalhes lá no report completo do Twitter.
É CASE QUE VOCÊ QUER, @?
Então se inspire aqui nesse exemplão de conteúdo.
Você acha difícil criar conteúdo para a sua marca? Então deixa eu te contar da Tushy, uma empresa que vende… bidês. Pois é. Mas a solução deles para gerar conversa foi criar uma área de depoimentos de usuários reais em seu site. Mais do que isso, eles incentivam a participação e destacam os mais criativos. Resultado: falatório positivo, um ótimo efeito de social proof para o produto e ainda se livrar de qualquer mal estar no tratamento do tema. Daquelas ideias que parecem simples e óbvias depois de ver prontas, não é mesmo?
Obrigado pela leitura!
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Por Alberto Cataldi, head estrategista de conteúdo e jornalista. Me segue lá no Linkedinho que também compartilho coisas deste universo, além de inovação, tecnologia e memes.
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