RECHEIO — Conversa de gamer
#️⃣ Edição 01
⏱️ Tempo de leitura: 8m24s
Você conhece o Casimito?
Casimiro tem 28 anos e criou um canal na Twitch para comentar futebol e esportes. Mas, durante a pandemia, decidiu entrar em outros assuntos. E deu tão certo que explodiu na audiência. Já são mais de 1,6 milhão de seguidores.
Hoje, é um dos maiores nomes da internet e conseguiu atrair mais de 132 mil espectadores AO VIVO para uma transmissão sua no último dia 10 de janeiro. O que rolou nessa live? Nada demais: bate papo, comentários sobre internet, humor… E muita interação com o público. E tem muita coisa interessante pra entender aí…
Mas essa Twitch não é coisa de gamer?
Criada em 2011 e comprada pela Amazon em 2014, a Twitch de fato se popularizou como uma rede para gamers. Aquele pessoal que transmite suas partidas online enquanto fãs assistem, comentam e – quando gostam muito – pagam assinatura para ter acesso exclusivo.
Mas as coisas foram mudando… Embora os games ainda sejam parte importante, hoje a maioria do conteúdo consumido lá é o chamado Just Chatting. Basicamente, pessoas navegando pela internet enquanto conversam com a audiência.
Dá uma olhada: segundo o State of Stream, em 2021 foram mais de 3,1 bilhões de horas assistidas nesse formato dentro da rede. O segundo conteúdo mais assistido foram transmissões do jogo “GTA V”, com 2,1 bilhões de horas.
Agora pensa comigo…
A Twitch nasceu como um lugar para ver gamers jogando. Algo bem nichado. Então, durante a pandemia, ela deu um salto de Super Mario para 45% mais horas assistidas. Com isso, as lives de temas extra-games também cresceram. As pessoas começaram a ter a plataforma como um lugar para ficar, ter companhia e conversar. E acredite, as pessoas conversam sobre tudo por lá.
Quem começou a usar ainda jovem está envelhecendo sem deixar a plataforma. 41% dos usuários tem 16-24 anos, mas 32% têm 25-34. Gente disposta a colocar dinheiro nessa diversão. E há uma enxurrada de streamers lucrando diretamente com assinaturas de usuários (algo que o Instagram oferece para seus influencers, por exemplo).
Subindo de nível
O principal aprendizado dos streamers? A audiência quer conversar. Mais do que qualquer outra rede social ou plataforma, a Twitch soube incentivar produtores de conteúdos altamente engajados com o público e que sabem transformar bate-papo em fidelização. Mesmo em altas horas da madrugada.
Além disso, fenômenos como Casimiro aproximam outras faixas etárias com temas mais acessíveis, como futebol e música, por exemplo. E vou arriscar fazer uma previsão aqui: 2022 vai ser o ano do BBB invadindo a Twitch e mais gente descobrindo a plataforma, assim como aconteceu com o Telegram em 2021.
Resumão? Abra seu olho para a Twitch, aprenda com os streamers como criar uma conversa e siga o Casimito, ele é divertido demais.
RECHEADA DE INFORMAÇÃO
Toda semana, um gráfico pra você pensar…
Sabia que as pessoas estão mais dispostas a pagar por um conteúdo do que entregar seus dados pessoais? Confere:
TÁ QUENTINHO
As principais novidades e tendências do mundo do conteúdo
O New York Times foi lá e comprou…
A newsletter The Athletic por US$ 550 milhões. No pacote, estão levando 1,2 milhões de leitores que pagam cerca de US$ 72 por ano para receber conteúdos sobre esportes. Mas o combo também inclui uma receita negativa e zero perspectiva de crescimento. A vantagem? Consolidação de mercado e força na segmentação de público. Além de ser mais uma aposta de empresa grande no negócio de newsletters.
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A grande crise de identidade das marcas vem ai…
E já é neste ano. Pelo menos é o que diz o artigo da Adweek com as previsões para 2022. A publicação crava, sem margem de dúvida: vai ser o ano do propósito. Ou seja, todas as empresas que queiram ter valor vão precisar se posicionar e associar a causas que acreditam. Com muitas empresas impactando diretamente na saúde das pessoas (seja física ou mental) e outras com valores superiores ao PIB de países inteiros, a população vai querer saber exatamente que tipo de influência cada marca quer ter na vida delas.
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O Substack quer você escrevendo sua newsletter em 2022…
E para isso, criou um programa chamado Substack Go, que terá 4 semanas de apresentações, dicas e mesas redondas ao longo de fevereiro. O mais legal é que eles vão unir os interessados em grupos geolocalizados para trocar experiências e opiniões. Se você não conhece, Substack é a plataforma de newsletters do momento que (além de hospedar a RECHEIO) conta com mais de 1 milhão de assinantes (alguns deles pagantes) entre suas diversas publicações. Quem sabe a gente não se vê por lá? 👀
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As tendências do SEO para o marketing de conteúdo são…
Demandas instantâneas
Foco na intenção do consumidor
Planejamento data-driven
Atenção ao SERP
Variedade de formatos
Insights de real time para melhorar experiência
Conteúdos dinâmicos e autônomos
Realidade Aumentada/Realidade Virtual
Storytelling com machine learning
Integração total de conteúdo com marketing
A lista é do Search Engine Journal e já leva em conta todas as implementações que o Google tem feito ao longo de 2021 e as esperadas para 2022. Lembrando sempre que o bom SEO não é aquele que olha só para as páginas de resultados, mas sim para o comportamento das pessoas na hora de buscar e descobrir conteúdos.
É CASE QUE VOCÊ QUER, @?
Então se inspire aqui nesse exemplão de conteúdo
Um minidoc feito pela Blizzard Entertaiment para promover seu game mobile de cartas Hearthstone. Eles convenceram o mestre enxadrista Garry Kasparov a enfrentar uma inteligência artificial no jogo… Pra quem não sabe, Kasparov ficou conhecido quando perdeu uma disputa de xadrez contra o supercomputador Deep Blue há 25 anos… É muita viagem. E o foco é claro: aproximar um público mais maduro do game, que poderia ser visto apenas como diversão boba por pessoas que gostam de “jogos sérios”. Funcionou? Julgue você:
Obrigado pela leitura!
Esta é a newsletter RECHEIO. Toda quarta-feira, conteúdo que importa direto no seu e-mail.
Por Alberto Cataldi, head estrategista de conteúdo e jornalista. Me segue lá no Linkedinho que também compartilho coisas deste universo, além de inovação, tecnologia e memes.
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