RECHEIO - Atenção aqui!
#️⃣ Edição 17
⏱️ Tempo de leitura: 10 minutos
Posso ter 10 minutos da sua atenção?…
Em sua newsletter desta semana, o Scott Galloway falou sobre um conceito de Weapons of Mass Distraction, ou Armas de Distração em Massa. Basicamente, essa economia de curta atenção para as coisas. Muitas vezes, com efeitos danosos para a sociedade.
Ele usou um exemplo bem simples: o TikTok. A startup mais valiosa do mundo, com mais de 1 bilhão de usuários, que alcançou seu sucesso ao capturar a sua atenção e não soltar mais. Um exemplo indiscutível que o que as pessoas querem mesmo hoje são conteúdos curtos, rápidos e claros no engajamento?
Pra começo de conversa, o próprio TikTok introduziu o formato de vídeos mais longos (até 10 minutos). Porque uma rede baseada em consumo rápido faria isso? Bem, a lógica é simples: retenção. Com vídeos mais longos, aumenta a possibilidade de manter as pessoas por mais tempo engajadas.
E essa receita o YouTube já conhece muito bem. A plataforma também nasceu com vídeos curtos, mas encontrou seu sucesso nos formatos longos. (Aliás, o YouTube conta com 2,5 bilhões de usuários mensais, contra 1 bilhão do TikTok.)
Um dos responsáveis por esse crescimento exponencial foi o formato de podcast em vídeo. Transmissões que por vezes passam de 1 hora de duração e trazem muito falatório. O segredo nem é a imagem, mas a conversa. Afinal, mesmo no formato apenas de áudio, os podcasts cresceram de 274,4 milhões de ouvintes em 2019 para 383,7 milhões em 2021. Ou seja: tem muito mais gente dedicando tempo aos formatos longos. Algo não faz sentido…
Prestatenção
A briga pela atenção está mais sofisticada do que na época dos Vines de 6 segundos ou mesmo dos Snapchats de 10 segundos. O segredo não é a duração da conversa, mas quanto tempo ela demora pra engatar.
De forma simples: a briga pela atenção dura exatamente 3 segundos. É o tempo que basicamente todo conteúdo tem hoje em dia para capturar o público e, a partir daí, convencê-lo a ficar atento até o fim (ou o máximo possível). O número é o padrão de mercado atual com base em levantamento do Facebook de 2016. E isso já é uma evolução (dependendo do seu ponto de vista) de uma pesquisa feita pela Microsoft em 2015 que apontava um tempo de atenção de 8 segundos. No ano 2000, eram 12 segundos.
Scott Galloway é certeiro ao analisar o TikTok como um supercontrole remoto com bilhões de programas para escolher. Porém, o que acelerou esse comportamento nos usuários não foi o fato dos conteúdos serem curtos, mas sim sua alta capacidade de capturar a atenção com rapidez.
E hoje esse dilema é seu também. Fazer conteúdo sempre foi sobre criar engajamento à primeira vista: no subject do email, no título do blog, na chamada de Facebook ou na foto do Insta. Mas lembre-se: essa parte da briga da atenção só dura esses curtos primeiros segundos.
Então pense sempre assim: como eu torno esse conteúdo algo muito interessante e de impacto nos primeiros 3 segundos? E, depois, como eu faço isso se desenvolver em muitos minutos confortáveis para que a pessoa continue por aqui? Ninguém gosta de ficar em uma conversa só pra chamar atenção. A embalagem é muito importante pra atrair clientes, mas você já sabe que é o recheio que faz eles voltarem depois.
RECHEADA DE INFORMAÇÃO
Toda semana, um gráfico pra você pensar…
Sugestão de hoje veio do leitor Marcelo Cosentino (valeu! Inclusive, recomendações são sempre bem vindas). Um mergulho na estratégia dos e-mails de marca para engajar a conversa:
TÁ QUENTINHO
As principais novidades e tendências do mundo do conteúdo.
E fora das redes sociais, você tá bem?
Provavelmente não, se você trabalha como social media. Afinal, não dá para ficar fora das redes quando elas são seu ganha-pão. Por isso a Later soltou um artigo bem legal com dicas para manter a saúde mental se você trabalha no ramo das famigeradas mídias sociais. Elas são:
Tire uma folga das mídias sociais
Monitore seu tempo de tela
Estabeleça barreiras entre vida e trabalho
Faça curadoria dos seus feeds pessoais
Priorize seu bem-estar
Nutra relações e comunidades offline
Peça ajuda quando precisar
Você encontra o detalhamento de cada uma lá no blog da Later.
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O Google pune se você copiar seu próprio conteúdo?
Ou, como uma pessoa perguntou ao chefão das buscas do site, John Mueller:
“Tudo bem para o Google se sites plagiarem seu próprio conteúdo? Por exemplo, eu escrevi um artigo sugerindo algo para mães. Eu posso copiar o conteúdo desse texto e escrever mais artigos para, talvez, irmãs, esposas, tias ou avós?”
A resposta do homem: não dá para fazer autoplágio. Então você pode usar o seu conteúdo como achar melhor — desde que o foco seja em agregar valor à experiência do usuário. Ou seja, o autor da pergunta não vai ser punido pela ideia que teve, mas teria um resultado melhor criando conteúdos novos únicos para os tópicos.
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Eu já não vi esse post antes?
Talvez sim. Por isso mesmo o Twitter agora vai reduzir a visibilidade ou até banir contas que fazem “CTRL+C, CTRL+V” dos conteúdos dos outros. Pra ser mais preciso, a rede social vai punir quem publicar posts que sejam “idênticos ou quase idênticos a conteúdos tuitados por um indivíduo ou várias contas”. Ou seja: foco na originalidade! Vi uns posts maldosos por ai falando que tinha agência de influencers de Twitter que agora não ia mais conseguir trabalho… 😂
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O Facebook tá seguindo você?
Sim. E por isso vai desativar uma série de recursos baseados em localização, como “amigos próximos”, “alertas de clima” e “histórico de localização”. A rede social segue no caminho de abrir mão de acesso a dados sensíveis de seus usuários e, assim, evitar problemas com as leis de vários países. Além disso, Zuckerberg sabe muito bem que cada vez mais as pessoas prezam por seus dados e privacidade. Ainda vai chegar o dia em que vamos pensar no passado e ficar surpresos com a quantidade de informações pessoas que a gente simplesmente espalhava por aí…
CHORRINDO
E por falar disso aí de cima… Essa veio do @thesquarecomics.
É CASE QUE VOCÊ QUER, @?
Então se inspire aqui nesse exemplão de conteúdo.
Dá uma olhada no blog da Ruffwear, que vende acessórios de trilhas para cachorros. Uma reunião de histórias de pessoas e seus pets, mas com alto nível de produção e clima de revista de aventura. Eles também dão dicas práticas para viajar. Fotos de qualidade, histórias inspiradoras, personalidade própria. Tudo para criar o clima de que você pode, sim, se aventurar com seu dog. No fim das contas, a gente acaba até sentindo que a maioria dos cachorros ali tem uma vida mais emocionante que a nossa…
Obrigado pela leitura!
Esta é a newsletter RECHEIO. Toda quarta-feira, às 07h08, conteúdo que importa direto no seu e-mail.
Por Alberto Cataldi, head estrategista de conteúdo e jornalista. Me segue lá no Linkedinho que também compartilho coisas deste universo (e memes).
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