RECHEIO — Bom comportamento
#️⃣ Edição 80 (!)
COMO SEU PÚBLICO TEM SE COMPORTADO?
Eu sempre falo, mas não custa lembrar: o maior prêmio que você pode ter ao trabalhar conteúdo com consistência é criar previsibilidade no comportamento da sua audiência.
Afinal, se você sabe como e quando seu público gosta de clicar em um link, por exemplo, fica mais fácil converter campanhas de vendas.
E, embora seja possível fazer o mesmo apenas com publicidade, o conteúdo tem o poder de ser mais versátil e integrado à rotina das pessoas, o que abre muito mais possibilidades de medição e testes.
Ao criar e publicar um conteúdo, a primeira pergunta sempre tem que ser…
Como o público reagiu a isso?
Dá para saber a resposta de duas formas: ampla e específica.
Na ampla, você precisa obrigatoriamente sempre acompanhar as trends em alta em social (TikTok e YouTube principalmente, pois seus rankings são bem dinâmicos e detalhados), e web (no inestimável Google Trends, que serve como um guia do que está gerando mais dúvidas e curiosidade na web como um todo).
Isso vai te dar o mapa do terreno. Entender como as pessoas estão aprendendo e se entretendo e, mais do que isso, em quais assuntos ou temas elas estão dedicando mais o foco. Complementar essas interpretações com relatórios de tendências é sempre muito bom (por isso, inclusive, eu recomendo usar esses reports como insumo para estudos mais aprofundados, e não como receita do bolo perfeito).
Mas é na análise específica que você de fato pode criar mais oportunidades para sua marca.
Mais do que a performance da trend do momento, saber se o seus posts consistentes em formato proprietário estão rendendo de forma frequente os números de engajamento é fundamental.
É isso, inclusive, que deve determinar as escolhas de formato e canais que você usa. Ter vídeos na estratégia tem que servir como medição de comportamento e engajamento no consumo de vídeos, e não somente interesse na sua marca. Afinal, a sobreposição do seu público-alvo com o público interessado em consumir vídeos pode ser pequena…
A lógica é simples, mas não infalível: envie emails pra medir comportamentos de leitores de email; podcasts para comportamentos de quem curte áudio; links para aqueles que curtem clicar… Mas sempre com atenção de medir se esse hábito se mantém, mesmo ao mudar variáveis como horários, frequência e, claro, conteúdos.
Você pode chegar à conclusão que a newsletter é desnecessária na sua estratégia, pois o comportamento real de clique do seu cliente potencial está no WhatsApp e ads. Ou que seu público B2B não lê muito sobre trabalho no horário de trabalho, e prefere dedicar o pré-expediente para se informar.
Existem alguns padrões que se repetem, é claro. Mas é comum que públicos específicos tenham comportamentos que não se reproduzem em outros lugares. Por isso da importância de acompanhar os dados.
Sempre que alguém comenta que minha visão de conteúdo é muito baseada em dados, eu gosto de dizer que na verdade ela é baseada no público. E os dados nada mais são do que minha maneira de saber o que o público gosta e como ele age em relação a isso.
Eu quero saber como as pessoas se comportam com o conteúdo melhor do que elas mesmas. Foi assim que eu descobri, por exemplo, que executivos adoram ler sobre a Anitta, mesmo que eles digam com muita veemência que odeiam ela… Ahãm…
Aqui algumas dicas práticas para testar isso no dia a dia:
Personalize as mensagens em alguns casos para ver o impacto no engajamento.
Planeje comunicações a partir de gatilhos, como muito tempo sem abrir um e-mail ou acesso a partir de um canal específico.
Divulgue a agenda de conteúdos com antecedência e veja como isso impacta o consumo.
Se conseguir segmentar, faça testes A/B de horário e texto abertura de conteúdos.
Use tags para segmentar como o público chegou até você e quais os temas de interesse. Faça comparações entre eles.
E o mais importante: se você quer ser um hábito na vida do seu público, o seu público precisa ser um hábito na sua. Os dados não são o seu trabalho, mas o feedback dele.
RECHEADA DE INFORMAÇÃO
Um gráfico pra você pensar…
TÁ QUENTINHO
As principais novidades e tendências do mundo do conteúdo
InstaTrends
Os reports de tendências para 2024 estão todos vindo aí. Mas uns são mais importantes que outros. É o caso do Instagram, que este ano fez um recorte específico de temas de interesse da Geração Z para o próximo ano. O levantamento foi feito em parceria com a WGSN e destaca o que vai motivar conversas para a juventude nas plataformas. Elas são:
Moda e beleza: foco em sustentabilidade e individualidade, com repetição de roupas, mudanças de cabelo e perfumes.
Mídias sociais: foco em manter contato com amigos e família (ou seja, mais pessoal)
Relacionamentos: pouco interesse em novos namoros e atenção maior para estreitar relações com quem já conhecem.
Lifestyle: desenvolvimento pessoal e independência profissional são as palavras-chave nesse campo.
Comida: experimentar coisas novas e interesse em produtos veganos.
Celebridades: altamente adeptos aos fandoms, a maioria gosta até de mandar DM para os famosos.
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E por falar em Instagram…
O relatório de engajamento de dezembro do Hootsuite revelou a média de taxa de engajamento da rede social para diferentes setores. Quer saber se a sua marca está dentro da média? Confere:
Educação: 3,54%
ONG: 2,49%
Governo: 2,08%
Finanças: 2,05%
Imóveis: 2,00%
Varejo: 2,00%
Saúde e bem-estar: 1,93%
Agências: 1,73%
Serviços e consultoria: 1,63%
Viagem e lazer: 1,53%
Entretenimento: 1,48%
Alimentação: 1,45%
Tecnologia: 1,42%
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É você, GPT?
Saiu um artigo bem interessante na Forbes com os principais sinais para saber se um conteúdo foi escrito por IA. E quer saber? Concordo com todas elas. A lista serve como dica para saber como ir além da entrega que o ChatGPT faz, buscar maneiras de aprimorar o prompt de pedido e, claro, ficar de olho se as entregas de conteúdo que você anda pedindo para a equipe não estão voltando muito… robóticas. Lembre: se você consegue identificar, o Google também consegue. E isso não vai ser bom. Os sinais:
Introdução longa de contexto desnecessário.
Considerações éticas para evitar ofender alguém.
Pensamentos e conselhos genéricos e superficiais.
Falta de histórias e exemplos pessoais.
Frases ou ideias que se repetem muito para dar “personalidade”.
Estrutura repetitiva de introdução, desenvolvimento e conclusão.
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O que o Google olha
Supostamente, o Google tem mais de dez mil fatores que impactam no ranqueamento de uma página. E, segundo eu ouvi deles mesmos em um evento este ano, ninguém da própria plataforma sabe dizer o impacto direto que cada fator tem sobre outro. Mas documentos legais do julgamento antitrust da empresa nos EUA deram acesso ao testemunho de outubro de Pandu Nayak, VP de busca na empresa. Entre as falas, uma pérola de sabedoria importante: existem, sim, alguns fatores mais importantes para garantir que uma página será indexada com mais potencial de ranqueamento. Eles são:
O “documento” (o texto e elementos da página)
Atualidade
Qualidade da página (velocidade, leveza, etc)
Confiabilidade
Localização
Navboost (histórico de cliques na página nos últimos 13 meses)
Ou seja, alguns a gente não tem controle, mas outros sim. Saber como usá-los vai ser a diferença entre a décima ou a primeira posição em uma página de resultados.
É CASE QUE VOCÊ QUER, @?
Então se inspire aqui nesse exemplão de conteúdo.
O Bumble é uma plataforma do competitivo mercado de relacionamentos. O diferencial em relação ao Tinder, seu principal concorrente, está na definição de ser um “app feminista”, mais focado no conforto das mulheres ao usar o serviço. Esse posicionamento/olhar mais feminino se reflete todo na comunicação da marca. Um exemplo é o blog The Buzz, que mescla posts sobre o produto com conteúdos sobre signos, dicas de como demonstrar interesse, ideias de passeios e histórias de relacionamentos que começaram no app. Um jeito todo cuidadoso de manter a linha editorial sem ser clichê ou previsível. Vale demais a inspiração.
BOCADITOS
Links rápidos para leituras demoradas.
• Balanço da Buffer sobre quais tendências de 2023 eles acertaram [Buffer]
• A Sports Illustrated criou perfis por IA para fazer reviews de produtos. E a internet descobriu [Futurism]
• Logo depois da Retrospectiva 2023… Spotify demitiu 13% da empresa [AP]
Obrigado pela leitura!
Esta é a newsletter RECHEIO. Toda quinta-feira, às 07h08, conteúdo que importa direto no seu e-mail.
Por, Alberto Cataldi, head estrategista de conteúdo e jornalista. Me segue lá no Linkedinho que também compartilho coisas deste universo (e memes).
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Até a próxima!