RECHEIO - Cheia de historinha
#️⃣ Edição 14
⏱️ Tempo de leitura: 10 minutos
Todo mundo adora mandar um “storytelling” pra falar de conteúdo…
Eu gosto sempre de começar a conversa neste vídeo aqui do designer Stefan Sagmeister, que infelizmente não tem legenda. Mas vou destacar um trecho que dá um belo resumo:
“Recentemente eu li uma entrevista com um designer de montanhas-russas e ele se referiu a si mesmo como um storyteller. 'Não, idiota, você não é um storyteller. Você é um designer de montanhas-russas e isso é fantástico. Que bom pra você. Mas porque você ia querer ser um storyteller se você cria montanhas-russas?’”
Ele pode ter sido meio honesto demais ai, mas não falou nenhuma mentira. “Pessoas que realmente contam histórias, como escritores e diretores de cinema, não veem a si mesmos como storytellers”.
Contando historinha
Procure aí pelo Google e você vai achar muitas definições do que storytelling significa. Pode ir de algo simples tipo “contar uma história” até algo mais complexo no nível “criar uma jornada para o público utilizando conflitos e mensagens”.
Mas marketing não é storytelling. O mundo do marketinho tentou criar um valor para a jornada clássica de atração-retenção-venda. Como se a ideia de contar uma história com significado fosse tornar isso mais valoroso e significativo.
O storytelling tem um papel específico na estratégia: capturar a atenção e dar contexto para alguns conteúdos. Quando eu conto uma história, eu busco manter a pessoa atenta e envolvida para absorver melhor o que eu tenho para transmitir. Não há conversa. Eu falo, você presta atenção.
Mas você já sabe, conteúdo de verdade é conversa. E não dá pra conversar contando história. Senão vira interrupção. A tal da narrativa deve ser só um guia, mas não pode ser a base de todo o conteúdo. Muito menos do marketing, senão você volta a ser a marca que só fica falando, falando e falando…
Dá para fazer uma estratégia de rede social inteira como storytelling? Não. O que dá para fazer é um post (carrossel, por exemplo). Algo com começo, meio e fim, que retenha a atenção e depois gere uma resposta. O mesmo para um vídeo ou até uma newsletter. Eu vou começar em algum lugar, passar por um caminho e chegar ao meu destino e o público não vai interferir em nada. Não há interação.
O storytelling é apenas uma ferramenta da sua estratégia. Uma das muitas maneiras de começar ou incentivar uma conversa.
Minha recomendação? No mundo do conteúdo, seja menos storyteller e mais conversation maker. Menos a pessoa que quer contar histórias e mais aquela que quer engajar e interagir com os outros. Afinal, ninguém gosta de palestrinha.
RECHEADA DE INFORMAÇÃO
Toda semana, um gráfico pra você pensar…
Brasileiro adora uma foto. Então só faz sentido que também adore juntar elas pra se inspirar.
TÁ QUENTINHO (hoje só sobre social)
As principais novidades e tendências do mundo do conteúdo.
WhatsApp vai criar Comunidades…
São um novo tipo de grupo, mas com funções de administrador que permitem deletar mensagens, retirar usuários e fazer chat de áudio para até 32 pessoas. A Meta ainda não deu mais informações, mas já foi vazado para o mercado que esse novo recurso permitirá mais de 200 pessoas em cada “grupo”. Na prática, é a versão do Zuckerberg para o Telegram. Como isso deve afetar o engajamento dos usuários? Bastante. Tanto que o STF daqui até já bateu um papo com os donos da ideia para adiar o recurso até depois das eleições…
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O TikTok liberou usuários para fazerem 👎
O recurso de dar um “não gostei” nos comentários já estava sendo testado há algumas semanas, mas passou a ser disponibilizado mais amplamente nos últimos dias. O objetivo é reforçar a moderação com a ajuda dos usuários. Com isso, a rede social espera “fomentar engajamento autêntico nos comentários” e se livrar de spams e outros conteúdos que naturalmente sempre aparecem quando uma plataforma começa a atrair mais e mais usuários. O preço do sucesso.
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Quanto mais hashtag melhor? Na verdade…
Não é bem assim. Um levantamento feito pelo SocialInsider revelou que o uso das #hashtags não afetam o alcance dos posts no Instagram. O próprio Head da rede social, Adam Mosseri, já havia afirmado isso na semana passada. Mas agora a ciência comprovou. Na prática, o recurso só ajuda a categorizar o conteúdo, ou seja, pode ajudar seus posts a serem encontrados com mais facilidade, mas não afetam o algoritmo em nada. E quer saber mais? Quantidade de # usadas também não. Desculpa ser eu a te contar isso.
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Sabe o que acontece quando você compra seguidores?…
Não muita coisa, de acordo com o Hootsuite. Eles fizeram o teste prático e desembolsaram uma grana para ganharem “seguidores de qualidade”, supostas pessoas reais que, além de seguir o perfil, dão like e comentam. O resultado: 335 novos seguidores a um custo de 1,50 Dólar cada e pouco efeito real no engajamento. Dava para conseguir o mesmo ou mais com uma boa campanha de impulsionamento e uma estratégia acertada de postagens. Mas vale conferir o texto completo em inglês onde eles detalham mais sobre esse submundo da compra de likes.
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E o melhor horário para postar nas redes sociais é…
Das 9:00 às 10:00, entre terça e quinta-feira. O levantamento foi feito pela Sprout Social, considerando seus mais de 30 mil clientes. O resultado é uma média considerando as principais redes sociais. No detalhe de cada uma, a Agenda do Vai Dar Bom fica assim:
Facebook: Segunda a sexta às 3:00, terças às 10:00 e meio-dia.
Instagram: Segundas às 11:00, terças e quartas das 10:00 às 13:00, quintas e sextas das 10:00 às 11:00.
Twitter: Segundas, terças, quartas, sextas e sábados às 9:00.
Ah, e o pior dia geral para postar? Domingo. Para entender melhor a metodologia e considerações de fuso-horário, dá uma conferida no levantamento completo, em inglês.
É CASE QUE VOCÊ QUER, @?
Então se inspire aqui nesse exemplão de conteúdo.
A Sephora queria entrar na conversa sobre auto-imagem e autoconfiança feminina. Para isso, contou com a ajuda da influencer @girlboss para desenvolver esse podcast de bate-papo tratando justamente sobre o tema com diferentes convidadas de diferente experiências de vida. Em 2 temporadas e 13 episódios, #Lipstories também deu origem a uma linha de cosméticos e ajudou a reaproximar a marca do público jovem.
Obrigado pela leitura!
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Por Alberto Cataldi, head estrategista de conteúdo e jornalista. Me segue lá no Linkedinho que também compartilho coisas deste universo, além de inovação, tecnologia e memes.
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