RECHEIO - É o fim
#️⃣ Edição 38
É O FIM DAS REDES SOCIAIS.
Eu não quero parecer alarmista, mas com tantos sinais aparecendo por ai, fica difícil não se convencer. Vamos olhar um pouco para trás...
As mídias sociais são parte fundamental do que consideramos a WEB 2.0 – versão da internet que deixou de ser apenas sobre consumir conteúdo e democratizou a criação para qualquer pessoa no mundo.
Elas nasceram em 1997 com o Six Degrees e sua conexão de perfis pessoais, mas foi só em 2002, com a chegada do Friendster, que as funções de publicação começaram potencializar a experiência. Pois é, já tem 20 anos...
O FIM ESTÁ PRÓXIMO
Mesmo com 2,95 bilhões de usuários, o Facebook sabe que seus dias passaram. A Meta (dona da marca) busca desesperadamente por maneiras manter as pessoas por lá. Antes, eram notícias. Depois, foram as lives. Então, grupos locais. Hoje, vídeos curtos. A cada novo recurso lançado, um sinal claro de que o FB não engaja tanto quanto antes. A próxima aposta é o metaverso: uma mistura entre o real e o virtual que, embora promissora, ainda não mostrou como entrará nas nossas vidas. O efeito? Uma queda de valor de mais de 60% só este ano.
Uma das apostas do FB para sobreviver ao longo dos anos foi a aquisição de outras redes sociais. A principal delas foi o Instagram, em 2012 por US$ 1 bilhão. O app ditava uma nova evolução na criação de conteúdo. Os posts ficaram mais profissionais, a estética passou a influenciar o comportamento das pessoas e surgiram os influencers.
Virou um negócio bilionário que hoje parece gerar mais frustração do que Dólares. Mudanças de algoritmo, testes de recursos, formatos variados... à medida em que o TikTok se tornou o novo padrão de atenção para as pessoas, a fórmula do Insta parece ter quebrado. Atenção sem engajamento virou prioridade. Dar like, comentar, encaminhar... Nada disso é mais valioso do que ter seu olhar atento.
O maior exemplo atual da derrocada das redes sociais está acontecendo bem diante dos nossos olhos com um certo pássaro azul...
Elon Musk foi lá e comprou o Twitter por US$ 44 bilhões. Eu não sei você, mas tenho certeza que a rede social não vale isso. O próprio bilionário parece pensar igual e já solta boatos de que é o primeiro passo para um novo aplicativo multifunções chamado X. Ou seja, a rede social é só um detalhe.
O Twitter agora também vai cobrar US$ 8 para dar direito a um selo de verificado, entre outras vantagens, como posição de destaque no feed e nos replies de posts. Tudo aliado a uma política mais permissiva de moderação de conteúdo que levou executivos e técnicos respeitados do mercado a pedirem demissão.
Por mais que Musk afirme que está melhorando a experiência do app, lutando pela liberdade de expressão e apostando no potencial da empresa... É tudo blablablá. O verdadeiro valor da empresa está nos seus 237 milhões de usuários mensais. Ele precisa dessas pessoas lá dentro, criando e consumindo conteúdo, já que a atenção delas é o foco agora. A culpa de tudo isso? Sim, dele mesmo...
As empresas descobriram que você não precisa interagir com o conteúdo para estar engajado com ele. Por isso tanta inveja do TikTok. Você consome horas de conteúdo por lá sem deixar um like, sem comentar... Sem nem mesmo seguir um perfil. Ele sabe o que você quer mesmo que você não diga.
Porém, o próprio TikTok deixa claro: ele não é uma rede social, mas sim uma plataforma de vídeos de entretenimento.
E agora, essa é a formula para as empresas. Ser uma plataforma de atenção com milhões de creators. Eu, você, seus amigos e o dono da loja de sofás. Todos criando e publicando conteúdos, sem a necessidade de interação social real. Apenas números que indiquem que a retenção existe e que pode ser mantida.
Por isso de tanta revolta dos usuários com a ideia do Twitter cobrar para que as pessoas usem a plataforma. Enfim, como a Kara Swisher postou:
Na verdade, eu não deveria pagar um centavo pela verificação. Na verdade, a rede social deveria pagar seus creators e tratá-los com respeito, ao invés de mandar idiotas atrás deles.
Dê adeus à era das redes sociais. Agora vivemos na era das plataformas de conteúdo.
TESTE RÁPIDO
Qual dos fatores on-page abaixo é o mais importante uma página rankear bem no Google?
A. Title - o título da página
B. URL - o endereço da página
C. ALT - descrição das imagens da página
D. Keywords tags - indicação das palavras-chave usadas na página
Resposta no final da news!
RECHEADA DE INFORMAÇÃO
Um gráfico pra você pensar…
TÁ QUENTINHO
As principais novidades e tendências do mundo do conteúdo.
Só de Shorts
Entre as várias pequenas grandes mudanças que o YouTube está fazendo em sua experiência, está um espaço mais nobre e dedicado aos Shorts. Agora eles aparecem em uma aba própria nos canais, além de ganharem um identificador específico nas listagens. Quem acessa via web também passou a ver um carrossel horizontal nas recomendações de vídeo apenas para o formato. Ou seja, deixou de ser uma aposta e passou a ser um formato realmente rentável e efetivo para o YT.
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̶P̶a̶n̶e̶t̶t̶o̶n̶e̶ Pantone caro
Em uma decisão que pegou de surpresa todo mundo que usa Photoshop e Illustrator, a Pantone avisou que agora é necessário pagar uma assinatura extra para usar as cores da empresa nos aplicativos da Adobe. Quem tinha algum arquivo com os tons registrados da empresa subitamente viu tudo ficar preto. A taxa do Pantone Connect é de R$ 475/ano ou R$ 75,99/mês. O Pantone Color Matching System (PMS) é muito utilizado por empresas para padronizar cores e garantir que aquele azul que você escolheu apareça igual em qualquer lugar (por exemplo). Um outro padrão (gratuito) muito usado é o CMYK, considerado menos preciso.
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Academia tiktoker
O TikTok lançou uma área gratuita para ajudar creators a tirarem mais potencial da plataforma. O TikTok Academy oferece dicas, orientações e aulas para aprender a dominar as ferramentas de publicação, edição e até mesmo a estética e linguagem que fazem sucesso por lá. O foco principal é para marcas que ainda têm dificuldade em se encontrar no meio de tanto vídeo viral. Por enquanto, está disponível apenas em inglês e coreano.
CHORRINDO
Post da eterna Mulher-Maravilha original, Lynda Carter:
Twitter com verificação versus Twitter quando eu me recuso a pagar 20 dólares por mês.
É CASE QUE VOCÊ QUER, @?
Então se inspire aqui nesse exemplão de conteúdo.
Fundada em 1837, a John Deere é uma das maiores fabricantes de máquinas agrícolas, equipamento pesado, maquinário florestal e motores a diesel do mundo. E é claro que, como qualquer empresa, ela precisa de uma estratégia de conteúdo efetiva para manter seu público engajado. Para isso, ela criou a The Furrow, com histórias, novidades e tendências sobre a vida na fazenda. Não que ela se resuma ao campo. Os conteúdos tratam de artes, viagem, alimentação, esportes, tecnologia e muito mais. Sempre em um tom próximo e leve. O mais interessante? The Furrow nasceu em 1895 como uma revista e tem sido publicada desde então. Sim, é o case de conteúdo de marca mais antigo do mundo. E você, conhece?
BOCADITOS
Links rápidos para leituras demoradas.
• Cada vez mais o TikTok está se tornando uma fonte de notícias
• Vídeo: talk com Meta e TikTok sobre as tendências nas plataformas.
• The Verge analisa como o YouTube se tornou fundamental na campanha do Bolsonaro.
• Como e porque dar uma pausa nas redes sociais.
Resposta do teste rápido: opção A.
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Por Alberto Cataldi, head estrategista de conteúdo e jornalista. Me segue lá no Linkedinho que também compartilho coisas deste universo (e memes).
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