RECHEIO — IA é pra já
#️⃣ Edição 71
A pergunta tá vindo do CEO, da diretora de marketing, da agência, até do estagiário:
VAMOS COMEÇAR LOGO A USAR IA NOS CONTEÚDOS?
Vamos sim. E é pra já.
Alguns incentivos recentes: o Google fez uma das tais Core Updates (mudanças drásticas, em tradução livre) há alguma semanas. Ainda vamos sentir os efeitos dela, mas já sabemos quais foram as principais mudanças na documentação.
Lançada no fim do ano passado, a versão atual do algoritmo é (Helpful Content) valoriza sites que entregam informação de forma rápida, clara e proprietária. Era o tal “conteúdo feito por humanos para humanos”, o que sempre deixava a dúvida no ar: então nada de usar IA pra criar textos?
IA para ajudar
Agora essa orientação sumiu. Pode usar robôs para escrever à vontade, desde que isso não impacte na entrega de informação de qualidade com experiência ao usuário. Se usar só para ranquear, pode dar ruim.
Uma orientação importante que também surgiu é a revisão por especialistas.
Se você tem um conteúdo criado por IA, mas que foi revisado e validado por um especialista humano, isso ajuda no ranqueamento. É só dar crédito.
Robôs amigos?
Isso tudo acontece bem no momento em que o Google liberou o Bard (o assistente que usa IA) para Gmail, Maps e YouTube. A empresa sabe que a geração de conteúdo por inteligência artificial vai se tornar comum na vida do usuário, então o medo de criar desconfiança ou confusão parece ter passado.
As pesquisas mais recentes apontam que cerca de 1/3 das pessoas já usaram alguma ferramenta de IA Generativa, considerando a novidade da coisa (menos de um ano), a adoção foi bem rápida.
Para que as pessoas mais têm usado IA?
Responder perguntas - 68%
Brainstorming - 54%
Fotos - 37%
Música - 31%
Vídeos - 31%
Design - 29%
Histórias - 29%
Artes - 27%
Análise de dados - 26%
Emails - 25%
Posts de blog - 19%
Codar - 18%
Letras de música - 18%
Você tem todos os sinais que precisa para sair usando agora.
Minha recomendação prática de passo a passo:
Reúna os dados que você quer usar. Pode ser de pesquisa, da sua base de usuários, de uma fonte pública confiável, enfim, onde encontrar. Só não comece a partir de dados 100% gerados nas ferramentas de IA, eles podem não ser verdadeiros.
Leve esses dados ao ChatGPT. Copiando e colando, mesmo. Peça para ele criar insights a partir daí, mas direcionando essas descobertas para o seu alvo. “Que tipo de conteúdos para meu público esses dados podem gerar?”
A partir daí, oriente ele a transformar esses insights em pautas. E essas pautas em textos, conteúdos de social e roteiros de vídeo. O segredo aqui é pedir orientações bem claras e detalhadas do que você quer.
Com o resultado final em mãos, faça a revisão, a checagem se os dados continuaram corretos e os ajustes necessários para que os materiais se comuniquem de forma humana e alinhada à sua marca.
Na hora de publicar, deixe claro com algum disclaimer que o conteúdo foi gerado com ajuda de IA, mas revisado e validado por humanos (as redes sociais estão atentas, dá uma olhada nas notícias mais abaixo).
Dica de ouro: pergunte o que seu público está achando. Peça feedbacks e transforme isso em melhorias. A transparência garante pontos para sua marca e seu conteúdo. Depois me responde contando como foi.
RECHEADA DE INFORMAÇÃO
Um gráfico pra você pensar…
TÁ QUENTINHO
As principais novidades e tendências do mundo do conteúdo (hoje, falando mais sobre redes sociais)
Dá pra ser feliz em social?
Eu falei há duas edições sobre uma pesquisa sobre o mercado social media que deu o que falar. Basicamente, ninguém nos EUA quer seguir na carreira por muito tempo por falta de oportunidades de crescimento. Uma pesquisa mais nova da Hootsuite complementa essa visão. Segundo o levantamento, apenas 29% de profissionais dedicados a SM são promovidos a cargos de gerência de marketing. Ainda assim, a pesquisa me surpreendeu por revelar que 77% dos profissionais de SM são felizes no trabalho e — mais ainda — a proporção de felicidade é maior entre quem trabalha presencial no escritório (gráfico abaixo). Os resultados também demonstram uma facilidade maior de equilíbrio entre vida pessoal e trabalho no trabalho remoto. Será que há algum movimento maior de descontentamento que essas pesquisas ainda não descobriram?
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Quem curtiu?
Demorou, mas agora você finalmente pode ver quantas pessoas interagiram com seu post no Threads. A atualização saiu na última semana. Mas ainda nada de um painel mais completo para medir resultados. Isso porque a rede social ainda não quer focar em perfis de marcas ou publicidade. Outras novidades apareceram para a versão desktop: possibilidade de seguir uma thread específica e também citar posts dos outros no seu próprio post.
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Aviso de IA
O TikTok está atento à quantidade cada vez maior de conteúdos de IA surgindo na plataforma. Por isso, lançou um novo recurso para que os usuários indiquem se seus posts têm alguma imagem ou som realista criado sinteticamente. A opção aparece logo no upload do arquivo e o selo de “Gerado por IA” fica visível abaixo do nome do usuário durante a reprodução do vídeo. Cada vez mais,, a transparência vai se consolidando como um dos pilares fundamentais do conteúdo de verdade. Ignore isso por sua conta e risco…
Eu vi, você viu, todo mundo viu. Então eu não poderia deixar de fazer o que eu sempre faço quando uma trend assim aparece e perguntar…
Live de NPC é conteúdo?
Definição rápida: live de NPC é uma transmissão ao vivo feita por pessoas comuns, influencers ou creators, onde eles agem como personagens não-jogáveis de games (os tais NPC), reagindo de forma robótica e limitada sempre que espectadores dão algum brinde (que pode ser convertido em dinheiro). Tem gente aí falando em faturar “milhares de reais em poucos minutos”.
Mas é conteúdo?
Não. Nem formato de engajamento. Não adianta querer usar na sua estratégia, aproveitar para sua marca, patrocinar, adotar isso como pilar de qualquer tipo. É moda e vai passar.
Mas não significa que não seja relevante.
É o chamado “fato portador de tendência”.
A Live de NPC não é conteúdo nem uma tendência em si, mas carrega com ela um sinal de que a monetização da relação direta entre público e creators está cada vez mais acessível, abrindo espaço para coisas completamente fora da caixinha.
O que mais pode virar dinheiro, construir conversa e virar negócio a partir do que qualquer pessoa pode criar com o celular em casa? Se você está se apegando só ao bizarro da coisa, melhor deixar sua opinião de lado e estudar a sério.
É CASE QUE VOCÊ QUER, @?
Então se inspire aqui nesse exemplão de conteúdo.
A news ficou longa hoje, então vou resumir: genial a CPTM surfando no vídeo de ASMR da influencer com o carro da Bentley. Gerou identificação, criou proximidade com o público e modernizou a presença da marca. Deve ter sido um alívio pra equipe de SM que passa o dia inteiro respondendo reclamação de falhas na operação…
BOCADITOS
Links rápidos para leituras demoradas.
• Nos EUA, número de microinfluencers cresceu 31% no último ano, contra 28% dos macro [Marketing Brew]
• Tem muita marca usando funcionários reais em campanhas para atrair a Geração Z [Digiday]
• Report sobre crescimento do mercado de creators nos últimos meses [Insider Intelligence]
Obrigado pela leitura!
Esta é a newsletter RECHEIO. Toda quinta-feira, às 07h08, conteúdo que importa direto no seu e-mail.
Por, Alberto Cataldi, head estrategista de conteúdo e jornalista. Me segue lá no Linkedinho que também compartilho coisas deste universo (e memes).
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