RECHEIO - Me procura
#️⃣ Edição 26
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Não se fala em outra coisa (nos corredores do Google). Os jovens preferem fazer busca no TikTok.
Ou quase isso.
A notícia veio do próprio Prabhakar Raghavan, vice presidente responsável pelo Google Knowledge & Information, durante um evento da Fortune. Sim, a informação saiu meio que do nada durante uma fala dele:
“Em nossos estudos, cerca de 40% dos jovens, quando estão procurando por um lugar para comer, não vão para o Google Maps ou para a busca. Eles vão para o TikTok ou Instagram.”
Segundo uma apuração do TechCrunch, os dados vieram de uma pesquisa com pessoas de 18 a 24 anos. Ou seja, a informação é sólida. E serviu para muita gente apontar que o Google não é mais a principal fonte de busca da internet e que talvez os dias do SEO estejam contados.
Mas calma lá, não é bem assim.
Os jovens podem até estar indo buscar restaurantes no TikTok. Mas o Google ainda retém cerca de 83% de market share. O número é absurdamente alto e explica porque a expressão “dá um Google” ficou tão comum.
Porém, basta comparar os resultados do site de 7 anos atrás com os atuais para ver que o próprio Google tem diversificado. O que antes era uma simples lista com entrega de links passou a trazer mapas, fotos, snipets, downloads… Uma demonstração clara de que, por mais completo que seja, o site pode ser bem limitado para atender comportamentos de busca específicos.
Essa é uma das razões para o YouTube ser a segunda maior ferramenta de busca (se excluirmos o Google Imagens). É o formato ideal para encontrar como algo funciona, como fazer alguma tarefa ou ver algo que virou notícia.
O Google Maps tenta há tempos agregar mais e mais funções de comunidades. Avaliação de restaurantes, avisos de lotação dos ambientes, comentários sobre as programações de cinemas. Isso tem razão: as pessoas preferem escolher momentos de lazer a partir do que elas veem e das opiniões de outros.
Sabe outro lugar onde as buscas bombam? Na Amazon. O próprio Google afirmou que 55% das procuras por produtos começam lá. Ou seja, para muitas empresas, estar fora do maior site de e-commerce do mundo é mesmo como estar fora da internet.
Seja onde for, o dilema segue o mesmo: o conteúdo precisa ser encontrado. Pra isso, ele precisa ser nativo — ou seja, pensado para onde ele está. Tem um comércio ou espaço físico? Publique muitas fotos no Insta e incentive o uso de hashtags. Faça muitas imagens também para o Maps. Quer mostrar que é autoridade em um assunto que sua marca domina? Publique vídeos how-to no YouTube (senão alguém faz, como eu já contei aqui). Quer ser lembrado por entreter e inspirar? Entra logo no TikTok. Faça bons títulos, trabalhe as descrições com atenção e marque outros perfis sempre que puder.
Não esqueça: SEO não é uma ferramenta. É uma forma de sempre estar pensando como seu conteúdo vai ser encontrado. Não importa onde.
RECHEADA DE INFORMAÇÃO
Um gráfico pra você pensar…
TÁ QUENTINHO
As principais novidades e tendências do mundo do conteúdo.
Instagram testa publicações de texto
Tá lá, dentro dos Directs. Uma opção “Notes”, onde você vê posts de texto de até 30 caracteres, publicados por quem você segue ou que tenha colocado você no grupo de amigos próximos. Apenas poucas contas estão com a função disponível. As mensagens ficam no ar por apenas 24 horas e já tem gente reclamando que agora o Insta está querendo virar o Twitter. Com 12 anos, a rede social está oficialmente entrando na adolescência — é muita crise de personalidade, minha gente.
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O que não fazer no Instagram
Por falar em crise de rede social, o Hootsuite trouxe os 12 erros mais comuns que as pessoas e marcas cometem por lá. A lista é a seguinte (vai lá para conferir as explicações para cada um deles):
Ignorar seu analytics
Usar muitas hashtags
Não ser social
Postar sem estratégia
Não usar os recursos mais novos
Não usar links parametrizados
Postar conteúdo paisagem
Ignorar tendências
Não experimentar com sua estratégia
Postar visuais superproduzidos
Não otimizar para busca
Não tornar o conteúdo acessível
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YouTube libera várias funções para Shorts
A plataforma segue apostando pesado nos curtas e disponibilizou uma série de recursos novos (com aquele jeitão de TikTok): cortar trechos para usar como abertura, opção de tela verde no app, salvar rascunhos e uma revisão do algoritmo para dar mais alcance aos vídeos antigos e evergreen. O formato de fato tem sido um sucesso no site e a maioria dos creators tem trabalhado estratégias de vídeos mais longos mescladas com os posts mais curtos. Vale experimentar!
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E os emojis novos são…
Foram divulgadas os candidatos para inclusão no Emoji 15.0 da Unicode, a entidade que oficializa os padrões de uso para todas as plataformas. As opções de corações com mais cores e a cabeça chacoalhando são grandes candidatas a serem aprovadas na lista, que sai em setembro deste ano (spoiler: todos devem ser aprovados). É o menor número de inclusões dos últimos anos. Apenas 31, comparado com 112 em 2021 e 334 em 2020.
CHORRINDO
Do grande André Dahmer (@malvados)
É CASE QUE VOCÊ QUER, @?
Então se inspire aqui nesse exemplão de conteúdo.
A Whole Foods é uma rede de mercados de produtos mais saudáveis e sustentáveis do que os concorrentes. Pelo menos essa é a maneira como eles se posicionam. E isso é mais do que reforçado na área de histórias do site deles. “The Whole Story” traz personagens e iniciativas que reforçam o posicionamento da marca. Fornecedores, fazendeiros, empresárias… até mesmo receitas integrais fazem parte da produção de conteúdo da marca. Tudo muito bonito e bem apresentado.
BOCADITOS
Links rápidos para leituras demoradas.
• Assinaturas: o novo vínculo das redes com creators
• TED Talk do Adam Mosseri (chefão do Instagram) de maio deste ano
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Por Alberto Cataldi, head estrategista de conteúdo e jornalista. Me segue lá no Linkedinho que também compartilho coisas deste universo (e memes).
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