RECHEIO - O X marca o local
#️⃣ Edição 65
CONTEÚDO QUE EU QUERO
Eu tirei férias.
Foram 2 semanas (eu sei, não avisei). Foi só durante esse tempo que eu me dei conta: que tipo de conteúdo eu consumo porque eu quero e não porque eu preciso?
Percebi que muita “notícia importante” ficou fora do meu radar porque simplesmente não me atraiu. Por outro lado, conteúdos de canais que realmente fazem parte dos meus interesses continuaram na minha rotina, mesmo que de um jeito diferente.
Abri muito menos as redes sociais, mas li todas as newsletters. Vi muito menos cases de marcas, mas acompanhei os memes. Vi séries e senti mais conexão com marcas e pessoas que também estavam falando sobre elas.
É comum fazer uma estratégia para o conteúdo ser necessário, mas quase nunca para ele ser querido.
E se você quer mesmo estar na vida do seu público e não apenas na rotina, lembre-se de olhar para as várias vidas que ele leva. Além do trabalho, além das dores, além das obrigações. É sempre mais legal ser lembrado nas férias do que na hora das tarefas.
O FIM DO TWITTER
(ou como o X marca o local exato do fim das redes sociais)
Enquanto eu estava fora, o Twitter morreu. E isso é bem simbólico. Eu, inclusive, sempre fui usuário e entusiasta da rede, mas não consegui mais ficar por lá depois do CAOS que tudo virou sob nova direção.
O Elon Musk comprou o Twitter pelo potencial que ele tinha, potencial esse que estava associado a um comportamento da web que não existe mais.
Pessoas trocando ideias e opiniões com amigos (reais ou virtuais), acompanhando acontecimentos em tempo real enquanto comentam em tom íntimo opiniões e pensamentos que nem parecem amplificados para milhões de pessoas. Aquela sensação sem filtro de estar na casa de alguém e ganhar intimidade instantânea.
Essa eram as redes sociais, que foram gradualmente se tornando um lugar mais filtrado. Seja nos literais filtros de imagem que deixaram tudo perfeito, seja nos filtros mentais que começamos a aplicar na hora de escolher o que devemos ou não falar online.
A espontaneidade deu lugar ao profissionalismo soft da criação de conteúdos. Receber likes, comentários e ter alcance passou a ser uma medida importante para todas as pessoas. E assim, o social deu lugar ao palco e a conversa deu lugar ao discurso.
Não à toa, a chegada do TikTok foi o grande marco dessa mudança de comportamento (tanto de quem produz, quanto de quem consome conteúdo). Agora, tenho certeza que no futuro todos vão se lembrar da virada de chave do Twitter para X como o decreto final dessa velha geração.
X, a rede que quer ser banco. A rede que quer ser Inteligência Artificial. A rede que quer ser tudo. A rede que, definitivamente, não quer ser social.
RECHEADA DE INFORMAÇÃO
Um gráfico pra você pensar…
TÁ QUENTINHO
As principais novidades e tendências do mundo do conteúdo.
Novidades no Threads
Um dos fatores para essa queda imensa de engajamento do gráfico ai acima ficou aparente ao longo dos últimos dias: o Threads nasceu bem cru de recursos. Mas a Meta está obstinada a resolver isso e já anunciou uma série de novidades, entre elas:
Feed em ordem cronológica
Opção de traduzir post
Opção de ver quem te segue de volta
Filtros avançados de notificações
Isso tudo é sinal de que a rede flopou? Não, apenas que ela se aproveitou do momento para escalar em usuários, mas ainda está tentando descobrir qual a sua personalidade no ecossistema social. De qualquer forma, o Threads é uma demonstração clara de como as redes de hoje não serão mais como as de antigamente.
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TikTokTexto
E provando que os conteúdos em texto estão em alta, o TikTok anunciou um novo recurso de posts no app. Ele é um pouco como o formato de Stories do Instagram, onde você escreve um texto sobre uma imagem estática ou em movimento. Ele também permite trilha sonora, stickers e praticamente todos os recursos dos vídeos curtos. A plataforma afirmou que a demanda veio após o crescimento de legendas como recurso de conteúdo para creators. E você, também pensando em voltar a escrever mais nos seus canais?
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YouTube colaborando
A plataforma de vídeos mais famosa da internet anunciou novos recursos para ajudar a atrair mais alcance e engajamento. A mais interessante delas é a Collab, que permite gravar um Short em tela dividida com outro vídeo do YouTube ou outro Short. Além de potencializar outras formas de React, a solução aumenta ainda mais a oferta de conteúdos curtos, que tem sido um grande sucesso. Além das colaborações, o YT também liberou uma ferramenta Q&A para Shorts e a opção de publicar prévias das Lives também no mesmo formato. Tudo parte de um plano da empresa para facilitar que creators reaproveitem seus vídeos de feed com facilidade em outros lugares da plataforma.
Segundo o YouTube, 2 bilhões de usuários logados assistem aos Shorts mensalmente.
E D.AI?
Eu sigo fascinado com a evolução de criação de imagens por Inteligência Artificial. E isso só aumentou ao ver a nova versão do modelo de geração da Stability AI. Chamado de Stable Diffusion XL 10, ele continua capaz de criar imagens completas a partir de prompts de texto. Mas agora, a gama de cores e uso de sombras ficou muito maior, o que permite uma aproximação impressionante com fotos reais (a imagem abaixo é um exemplo). Designers e videomakers têm explorado muitas possibilidades da ferramentas há mais de um ano, criando até filmes a partir do software. Na nova versão, ele executa muito bem: inpaiting (reconstrução de partes de uma imagem), outpaiting (extensão de uma imagem) e prompts em imagem (usar comandos de texto para criar variações de uma imagem já existente). Não conhece o Stable Diffusion? Pois deveria, é gratuito.
BOCADITOS
Links rápidos para leituras demoradas.
• Sem ideia? Aqui um gerador de posts para LinkedIn
• Por que é impossível competir com o Google?
• 5 hábitos (saudáveis) de gerentes de social media
Obrigado pela leitura!
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Por, Alberto Cataldi, head estrategista de conteúdo e jornalista. Me segue lá no Linkedinho que também compartilho coisas deste universo (e memes).
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