RECHEIO - Por que a pressa?
#️⃣ Edição 31
⏱️ Tempo de leitura: 10 minutos
Você já pensou em fazer as coisas mais devagar?
Aposto que sim. Afinal, quem nunca?
Parece um efeito natural dessa rotina acelerada e exigente que a gente vive, criando conteúdo o tempo todo para diversos lugares. E não importa o quanto a gente se planeje, organize, distribua… Parece que sempre falta tempo. E a gente tenta compensar planejando ainda mais e tentando encaixar ainda mais coisas nas mesmas horas do dia.
Mas isso não é um impacto apenas sobre nós que produzimos conteúdo, não. Ele vem diretamente de um hábito generalizado da audiência. Acontece que tem tanto conteúdo por aí pra gente consumir que não há horas suficientes no dia. A solução mais óbvia é essa: fazer tudo correndo.
Ai vem o sábio e simples conselho do Casimiro:
Vamos falar de slow content
Um conceito não tão novo, mas cada vez mais atual. É basicamente uma resposta aos ciclos cada vez mais intensos de novos conteúdos. Ao invés de produzir muito para vários lugares, o slow content prioriza profundidade e experiência no formato que melhor atender as necessidades do usuário.
O que parece só mais uma estratégia de resultados tem uma filosofia bem interessante por trás. Uma busca por reduzir nosso consumo desnecessário (afinal, todo esse conteúdo online gasta muita energia), incentivar a criatividade e diminuir a propagação de informações falsas ou sem checagem e, claro, reduzir a ansiedade de todos nós.
Visita meu blog
Quem tem um pouco mais de idade (falei sim igual velho) lembra da época dos blogs: a cultura de SEO era só um pontinho no horizonte. Pessoas e empresas criavam sites apenas para divulgar conhecimento e opiniões sobre o que sabiam. A audiência era quase totalmente orgânica e dedicava um bom tempo para ler tudo e se manter atualizado em cronogramas esporádicos de publicação.
Não à toa, foi o início do inbound marketing, assim como o fim do marketing de interrupção e a chegada do marketing de permissão. Olha só que ideia poderosa: as pessoas permitiam que você tivesse a atenção delas.
Hoje, isso meio que ainda acontece, mas a gente tem que tomar a atenção à força primeiro. E talvez a gente não esteja fazendo da melhor maneira, afinal, temos que usar de frações de segundo para convencer o espectador a ver nosso Reels completo. E o que fazemos depois? Já partimos na entrega de mais um Reels pra ele ver. E assim por diante, sem fim…
O poder do tempo
Minha proposta aqui é que você procure ir mais a fundo no conteúdo que produz. Pense na conexão que isso pode gerar e no valor que pode ter na vida de quem consome. Se por um lado as pessoas estão ouvindo podcast em 4x, por outro elas estão dedicando horas do dia para ouvir mais sobre o que as pessoas têm pra contar.
Trabalhe o slow content e procure por:
Engajamento de mais qualidade
Ganho de autoridade nos temas
Economia de recursos
Mais objetividade na busca por resultados
A gente pode não ter mais horas no dia. Mas pode fazer elas valerem mais. Para nós e para a nossa audiência.
RECHEADA DE INFORMAÇÃO
Um gráfico pra você pensar…
E por falar em blog… Brasileiro adora. Por isso nós somos 6,55% dos usuários da plataforma Blogger. O terceiro maior público, atrás só dos EUA e da Índia.
TÁ QUENTINHO
As principais novidades e tendências do mundo do conteúdo.
Vai ter repost no Instagram
Sim, o Instagram vai permitir repostar os conteúdos de outras contas. Ainda serão feitos testes com alguns usuários, mas é uma grande aposta da rede social. Quem inaugurou o hábito de repost foi o Twitter com seu retweet. Mais recentemente, o TikTok (sempre ele) tem testado a mesma estratégia para ampliar o alcance de posts. Agora, o Insta vai entrar na onda, com direito a uma aba específica no perfil. É ficar de olho pra ver no que vai dar…
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Capcut indica as músicas do momento
A ferramenta queridinha para edição de vídeos de social Capcut chegou para o desktop. E já chegou chegando: ela conta com uma área onde dá para ver quais músicas estão nos trends do Tiktok, ou seja, facilita saber qual trilha usar para aproveitar a onda do momento com seu conteúdo.
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Tem um guia novo do YouTube para fazer Shorts
Um jeito bem prático e mão na massa para bombar no novo formato de vídeo da plataforma que — vai por mim — está muito disposta a aumentar o alcance das suas publicações. São 32 páginas bem passo-a-passo, mas com alguns insights legais como “capture a atenção nos primeiros segundos”, “não se preocupe com thumbs”, “faça loops” e “aproveite-se dos memes”.
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Empresas estão atrás de funcionários influencers
É um movimento que já tem nome: creator employees. Nasceu a partir do employer branding, onde marcas criam conteúdo a partir de seus funcionários para atrair talentos. Mas a coisa avançou e agora passou a ser uma visão de incentivar as pessoas a postarem sobre a empresa da maneira mais rotineira possível. É aquela coisa, né: eles já vão postar mesmo, melhor incentivar a ser coisa boa.
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Todo podcast será um videocast
E não sou eu falando, não. Foi o Michael Mignano, um dos fundadores do Anchor (plataforma de criação e publicação de podcasts comprada pelo Spotify). As razões: na pandemia, muita gente começou a gravar pelo Zoom, o que gerou um boom de vídeos; A distribuição por vídeo dá mais possibilidades; O engajamento é maior com o formato. Mas ele crava que o áudio não vai morrer… só vai continuar não dando muito dinheiro.
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Instagram está 10x atrás do TikTok em views
Os números são de documentos internos obtidos pelo The Wall Street Journal, e apontam que as tentativas da Meta para copiar a rival não estão surtindo muito efeito. Enquanto o app chinês tem acumulado 197,8 milhões de horas por dia de uso, no Insta são “apenas” 17,6 milhões de horas. Além disso, um terço dos Reels publicados são feitos em outras plataformas, uma proporção que não tem caído mesmo com a redução de alcance feita pelo app. Será que a guerra já foi perdida?
É CASE QUE VOCÊ QUER, @?
Então se inspire aqui nesse exemplão de conteúdo.
O Washington Post foi para o TikTok. E embora eles não estejam apelando para dancinhas, o tradicional jornal de política e economia não ficou só no lado sério, não. Totalmente adaptado à linguagem da rede social, ele repercute as notícias mais importantes do dia usando todos os recursos que viralizam por lá: remixes, dublagens, filtros, montagens… Se você tem dúvida sobre colocar uma marca tradicional na rede mais jovem do momento, vale a inspiração.
BOCADITOS
Links rápidos para leituras demoradas.
• Como aumentar sua produtividade na criação de conteúdo.
• CX não é UX: entenda a diferença aqui (de uma vez por todas).
• Uma olhada nas marcas que postaram sobre a morte da rainha…
• O plano da Snap para sair do buraco.
Obrigado pela leitura!
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Por Alberto Cataldi, head estrategista de conteúdo e jornalista. Me segue lá no Linkedinho que também compartilho coisas deste universo (e memes).
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