RECHEIO — Seu conteúdo
#️⃣ Edição 85
Eu estou sempre aqui falando de conteúdos e estratégias para marcas. Mas nesta edição, quero fazer diferente.
Vamos falar de você e o seu conteúdo.
Se você assina esta newsletter (obrigado!), provavelmente chegou aqui pela primeira vez via LinkedIn.
É a rede social que eu mais uso e onde eu decidi concentrar meus esforços. Nesse processo, eu descobri como a rede social profissional traz resultados consistentes e relevantes, só depende de dedicação.
Claro, têm o tal do algoritmo (já vou falar dele), mas o LinkedIn é, essencialmente, um lugar onde bom conteúdo entregue para uma boa rede de contatos pode criar ótimos resultados.
Mudou minha carreira e pode mudar a sua também.
Diferente do Instagram, onde a camada super produzida dificulta fazer conteúdos simples, e do TikTok ou YouTube, onde o pensamento de roteiro e edição de vídeo importam muito, o LinkedIn é um lugar onde os relatos pessoais e sem muito filtro funcionam muito bem.
Você deveria estar compartilhando sua experiência em um projeto recente (ou até antigo). Contando mais sobre como foi um processo seletivo. Ou compartilhando os resultados de algum projeto que participou. Essa é a beleza da criação de conteúdo no LinkedIn: quanto mais baseada em experiências pessoais, melhores os resultados.
Uma presença ativa no LinkedIn também ajuda você a fazer o tal do networking de uma forma natural. Ao formar uma rede de pessoas interessadas nos seus conteúdos, sua experiência e suas opiniões, oportunidades ficam mais próximas da sua realidade e rotina. É bem mais efetivo do que sair por aí pedindo cartões de visita em eventos.
E não precisa inventar uma persona bem sucedida e líder de negócios como muita gente insiste em fazer por lá. Isso é cringe demais e ficou no passado da rede social (e sinceramente, da sociedade né?).
E tem dados!
Todo ano, o consultor Richard van der Blom faz uma análise aprofundada de milhões de posts na rede social para apontar o que está funcionando ou não por lá. Um dado interessante da última edição desse report, por exemplo, é a queda de pessoas que apenas consomem conteúdo sem publicar nada: 57% ante 61% no ano passado.
Ou seja, as pessoas estão postando mais no LinkedIn e descobrindo como transformar seus conteúdos em valor para si mesmas.
Estamos na era dos creators, afinal. E se eu tivesse que dar uma recomendação para você, é essa: se é para dedicar tempo criando conteúdo pra redes sociais, que seja em uma que pode te oferecer algo em troca. E relevância para sua carreira vale muito.
Abaixo um top 10 dos principais insights (para perfis pessoais e de marcas) do relatório anual do van der Blom:
Conteúdo pago tem ganhado mais alcance que o orgânico.
Em geral, o alcance tem caído 40% desde setembro de 2023.
O alcance do post aumenta quando pessoas salvam ele (incentive seu público!).
Links nos comentários? O LinkedIn agora esconde no feed…
Conteúdos criados 100% com IA tem alcance 90% menor.
Eventos em áudio tem engajamento até 45% maior!
O que realmente ajuda o alcance do post: comentários e reposts até 1 hora depois de publicado.
Volume de posts ideal é de 3 a 4 vezes por semana, sem falhar na consistência!
Imagens pessoais (tipo selfie) têm alcance 30% maior que fotos genéricas.
Atenção: o algoritmo memoriza a performance dos seus últimos 10-15 posts. Se o engajamento estiver baixo, ele entrega menos. Revise a estratégia sempre!
RECHEADA DE INFORMAÇÃO
Eu gosto de sempre fazer um check up nos números do Pinterest, a rede social esquecida na maioria das estratégias de marcas. E descobri que o último trimestre de 2023 foi o melhor período em usuários ativos na história da plataforma. Claro, os quase 500 milhões não chegam nem perto dos 1,3 bilhões que o Instagram faz. Ainda assim, já é bem mais do que os 368 milhões/mês do Twitter (X?). E ainda tem marca priorizando errado entre esses dois.
TÁ QUENTINHO
As principais novidades e tendências do mundo do conteúdo
Me dá um dado
O fim do uso de cookies de terceiros vai impactar bastante a rotina do marketing. Mas não precisa ser o fim do mundo, desde que você comece a trabalhar o quanto antes com dados proprietários. A dica vem do Steve Yap, Head da Plataforma de Marketing do Google, em entrevista ao Hubspot. Além de falar da importância da transparência e da privacidade para o público, Steve reforça que essa mudança vai obrigar as empresas a focar nos dados que realmente ajudam a atingir as metas de negócio. A IA deve ajudar muito nesse processo, com ferramentas de análise poderosíssimas, mas nada disso vai adiantar se você não souber como e quais dados conseguir da sua audiência. Lembrando que o fim dos cookies de terceiros acontecerá no segundo semestre deste ano.
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Nada de política
A Meta decidiu deixar ainda mais claro para quem ainda não tinha entendido: o Threads não vai recomendar posts sobre política ou temas sociais. A plataforma já propaga há algum tempo o discurso de que não é uma rede para jornalismo ou notícias, mas decidiu reforçar a mensagem agora que o período eleitoral está começando nos EUA. Os usuários podem continuar postando sobre o assunto, mas… ninguém vai ver. Censura? Corte da liberdade de expressão? Fim das redes de opinião? Nenhuma delas. Apenas o movimento pragmático de uma empresa gigante que tem sofrido cada vez mais pressão do Congresso Americano para assumir responsabilidade pela falta de moderação que já teve no passado. Agora, o risco vale menos.
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Corrida da IA
O Bard, que era o ChatGPT do Google, agora é Gemini. O que poderia ser apenas uma mudança de nome tem mais importância ainda. Uma versão ultra da plataforma de Inteligência Artificial passa a integrar os serviços do Workspace e do Google Cloud, teoricamente tornando realidade aquela promessa de um assistente virtual capaz de auxiliar você e integrar diferentes tarefas em vários documentos. A mudança vem para marcar uma maior integração do modelo de IA do Google com os milhões de outros recursos que a empresa e seus parceiros oferecem. É uma corrida quase literal para ver qual empresa vai conseguir integrar a tecnologia com mais naturalidade na nossa rotina.
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Céu azul, sem passarinho
Depois de rodar mais de um ano em testes apenas para convidados, a Bluesky liberou a inscrição para o público em geral. Se você não lembra, ela é mais uma plataforma a tentar replicar o que o Twitter já foi, assim como Threads, Mastodon e Post. A maior diferença é que a nova rede foi criada por ex-executivos e investidores do próprio Twitter (inclusive, o visual é idêntico). Nos últimos dias, ela atingiu 1,3 milhão de usuários. A grande maioria, aparentemente, na Ásia, onde ela tem viralizado. O engraçado é que a rede tem se destacado justamente pelo que ela não oferece: nada de algoritmos, vídeos, DMs ou hashtags. Um retorno aos tempos mais simples da internet. Vai ser um bom exemplo de mais uma plataforma “de transição” enquanto o tal novo paradigma do consumo de conteúdo e convivência online não chega.
É CASE QUE VOCÊ QUER, @?
Então se inspire aqui nesse exemplão de conteúdo.
A Adidas acredita que as pessoas devem viver o esporte, não apenas praticá-lo. E por isso mesmo, a marca sempre busca maneiras de associar seus produtos com lifestyle e cotidiano. Parte dessa estratégia virou conteúdo no site Gameplan A, que une a visão de prática de esportes com carreira e trabalho. E não é apenas para carreiras esportivas. Aplicar visões criativas e de motivação desenvolvidas por atletas na sua carreira pode ajudar a atingir metas cada vez mais ousadas. O site tem artigos sobre como encontrar seu propósito, como estimular a criatividade, como desenvolver pró atividade, entre outros. A marca ainda aproveita para contar sobre bastidores da empresa e sobre como é trabalhar por lá. Conteúdo, employer branding e cases, tudo num lugar só.
BOCADITOS
Links rápidos para leituras demoradas.
• Compradores do Apple Vision Pro estão devolvendo após terem dores de cabeça [The Verge]
• A Microsoft criou um guia para lidar com abuso de conteúdos de IA [Microsoft]
Obrigado pela leitura!
Esta é a newsletter RECHEIO. Toda quinta-feira, às 07h08, conteúdo que importa direto no seu e-mail.
Por Alberto Cataldi, head estrategista de conteúdo e jornalista. Me segue lá no Linkedinho que também compartilho coisas deste universo (e memes).
Quero saber o que achou! É só responder este email. Mande elogios, dúvidas e críticas.
Até a próxima!