RECHEIO - Todo mundo é
#️⃣ Edição 68
EU CRIO E INFLUENCIO
E você também.
Uma pesquisa quentíssima da Mintel Group revelou que 1 em cada 5 pessoas que usam mídias sociais se consideram creators ou influencers.
Isso mesmo, 19% das pessoas entrevistadas se veem como criadoras de conteúdo para seu público nas redes. E o número é ainda maior entre a Geração Z (pessoas entre 13 e 28 anos atualmente), que chega a 28%.
A pesquisa foi feita nos EUA, onde 98% dos respondentes usa pelo menos 1 rede social diariamente ou semanalmente — o número atinge 100% da Gen Z. Esse dado me lembrou de um gráfico que publiquei há algumas edições na RECHEIO:
Ou seja, se antes estar na internet era sinônimo de estar nas redes sociais, hoje estar na internet é sinônimo de criar conteúdo. E mais do que postar apenas pra amigos próximos e familiares, cada vez mais pessoas começam a desenvolver uma visão sofisticada de criação. São capazes até de diferenciar influencers de creators.
Enquanto o papel de influencers é de influenciar decisões, comportamento e consumo, creators criam conteúdo para ser consumido. A influência é consequência.
Nos EUA, acredite, já existe a proposta da criação de uma guilda (espécie de sindicato) de creators, a fim de dar suporte nas relações de trabalho e negócios entre quem cria e quem contrata.
Os mais rápidos do mercado já estão alinhados a esta realidade, mesmo com a queda de investimento em startups focadas em creators. A Hotmart, por exemplo, começou a sair apenas da criação de cursos e a atrair creators a fim de virarem empresas de si mesmos. Isso gerou uma parceria com a YouPix, outra marca forte da Creator Economy.
A maioria das pessoas ainda não consegue monetizar o suficiente para ter a criação de conteúdo isso como fonte de renda, o que gera essa busca por profissionalização e realização do sonho de ser apenas creator.
Mais ferramentas vão surgir, serviços vão ganhar relevância, o mercado vai gerar oportunidades e pessoas comuns vão agregar a criação de conteúdo como um de seus talentos e tarefas do dia. Seja com um post informativo no Instagram, um comentário de autopromoção no LinkedIn ou um remix da novela no TikTok.
Muita gente está na expectativa pela transformação que a criação de conteúdo vai passar com a Inteligência Artificial. Mas a mudança relevante mesmo está bem diante dos nossos olhos: a democratização da criação e do consumo de conteúdo.
RECHEADA DE INFORMAÇÃO
Um gráfico pra você pensar…
Nesse recorte, foi considerada a idade de 18-24 anos.
TÁ QUENTINHO
As principais novidades e tendências do mundo do conteúdo.
TikTok Shop
O TikTok deu um passo importante em sua estratégia esta semana: desligou a vitrine, que permitia conectar o perfil a marketplaces externos, e lançou o Shop. Agora, comerciantes devem usar as ferramentas nativas para vender seus produtos. A mudança também deixa claro que o TikTok vai seguir se posicionando como uma plataforma completa de consumo, utilizando o conteúdo como gerador de dados para melhorar a entrega de produtos, o que por sua vez gera receita através dos usuários. O caminho de muitos concorrentes (olá Instagram/YouTube/Twitter!) de cobrar assinatura para fazer grana não vai se repetir por lá.
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O novo Google?
O Google segue aprimorando o SGE (Search Generative Experience), que gera resumos de páginas com ajuda de IA em sua busca. A plataforma decidiu colocar mais links nas respostas, de forma mais intuitiva e acessível. Há até uma opção nova para saber mais sobre um tópico, o que entrega uma lista de páginas relevantes para visitar. Cada vez mais, parece que o Google quer transformar o SGE em um sumário que leva a um consumo mais aprofundado, o que deixaria usuários (e conteudistas) bem felizes. Ainda em testes apenas nos EUA (e acessível no BR via VPN), a nova busca vai chegar ao Japão e Índia nos próximos dias. Mas a empresa segue afirmando: o SGE não vai substituir a busca tradicional…
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Candidato X
O Twitter (também conhecida como rede social que absolutamente ninguém está chamando de X) anunciou que vai se tornar concorrente do LinkedIn. Quem tiver uma marca verificada na plataforma (pagando pelo selo e com um investimento mínimo mensal de publicidade) pode cadastrar vagas abertas para atrair “milhões de candidatos relevantes”, segundo o post de lançamento. Não há muito detalhes sobre como funciona, apenas que o objetivo é não ser tão cringe quanto a rival. Na prévia, as posições disponíveis aparecem em um link no perfil da marca. Eu aqui do meu lado continuo recomendando que você dedique tempo ao LinkedIn. O engajamento lá segue bem bom.
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Proibido robôs 2
Depois do New York Times, outras empresas estão proibindo o acesso aos seus sites para gerar conteúdo com Inteligência Artificial. Segundo a CNN, entre os publishers que começaram a bloquear a entrada dos robôs estão Disney, Reuters, Bloomberg, The Washington Post, Axios, ESPN e a própria CNN. Efetivamente, isso significa que o ChatGPT não pode visitar nesses domínios para retirar conteúdo ou aprender com eles. O mesmo vale para outras ferramentas de IA. Segundo a reportagem, as empresas não estão assumindo a medida publicamente, uma vez que todas têm incentivado (e até investido) em iniciativas de IA.
CHORRINDO
É CASE QUE VOCÊ QUER, @?
Então se inspire aqui nesse exemplão de conteúdo.
Quando as ondas de protestos de 2020 mostraram que a violência racial e a baixa representatividade não poderia mais ser ignorada por instituições e empresas, muita marca fez campanha, post de social e textão para se posicionar. Mas quantas transformaram isso em um impacto real na cultura e no conteúdo? A Häagen-Dazs assumiu o compromisso de investir US$ 1,5 milhão em creators sub-representados em 2 anos. Em maio deste ano, a meta foi atingida. A marca precisou estudar bem quais instituições e influencers apoiar, como trabalhar o posicionamento de forma realmente integrada e, principalmente, enfrentar eventuais críticas. Para a CMO Elizabell Marquez, o segredo foi focar no longo prazo. Aqui você conhece melhor a história.
BOCADITOS
Links rápidos para leituras demoradas.
• Livros escritos por IA começam a pipocar na Amazon brasileira [NÚCLEO]
• Como as empresas precisarão se adaptar às novas regras de conteúdo da UE [POLITICO]
• Como creators do Brasil estão ganhando relevância além das redes [Meio & Mensagem]
Obrigado pela leitura!
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Por, Alberto Cataldi, head estrategista de conteúdo e jornalista. Me segue lá no Linkedinho que também compartilho coisas deste universo (e memes).
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