RECHEIO - Vai votar em quem?
#️⃣ Edição 35
⏱️ Tempo de leitura: 10 minutos
As coisas não estão fáceis na internet…
Quem gerencia rede social, envia e-mail marketing ou tem caixa de comentários já sabe: qualquer coisa está virando política.
Isso já faz algum tempo, mas (obviamente) em meio a um segundo turno disputado e cheio de emoções, tem ficado cada vez mais difícil evitar que mensagens sobre as eleições apareçam em praticamente qualquer coisa que a gente publique…
Eu já dediquei 2 edições da newsletter para falar sobre estratégia de conteúdo em tempos difíceis e também sobre a chance de dar merda ao surfar em ondas do momento. Mas eleições são sempre um caso à parte.
E ai, o que fazer?
Temos basicamente 2 caminhos possíveis e eu vou tentar ajudar você nos pontos positivos e negativos de cada um deles.
Vale surfar a onda?
Eu já fiz cobertura de eleições para grande portal de notícias e posso afirmar: as pessoas adoram odiar política. Gera um engajamento absurdo e muitas vezes relacionado a figuras e acontecimentos que nem são tão importantes assim. Quem costuma nem ler sobre os vereadores da cidade começa a querer clicar em qualquer chamada sobre o tema. O motivo? A sensação de que algo importante está acontecendo e que vai impactar nossas conversas, nossas decisões e nossas vidas.
Logo, entrar no tema e falar de eleições de forma clara e direta pode sim atrair muito mais gente do que o usual. Ao mesmo tempo, com tanta polarização na internet, vai ser difícil que esse público já não venha com opinião formada e altamente inflamada.
Melhor hipótese 😎: se você tiver disposição para se posicionar de maneira clara e entrar em uma longa e intensa conversa, vai gerar identificação direta do público e até criar uma nova base engajada que vai acompanhar sua marca no futuro, independente do resultado das urnas. Lembre-se, o público gosta de ver que uma marca tem consciência.
Pior hipótese 😩: o mesmo vale para quem não gostar do seu posicionamento… Eles não vão esquecer disso jamais e a conversa a longo prazo pode ficar inviabilizada. E se você acha que dá para surfar no tema sem aderir claramente a alguma posição, sinto informar, não vai dar certo. Vão acabar posicionando sua marca em um campo, o que vai te obrigar a responder.
Vale sair da onda?
Eleições cansam. Mesmo quem gosta e se envolve acaba em exaustão depois de tanta discussão, pesquisas, comícios, discussões… Ter marcas/espaços que não estão tratando de política é um alívio bem-vindo. Mas é fundamental não parecer alienado ou indiferente.
É preciso reconhecer que algo importante está acontecendo, mas que sua marca não está tratando disso como todos os outros estão. É sobre ser importante, não a única coisa do mundo.
Melhor hipótese 🚀: ter consistência na sua marca — se ela não fala de política em outros momentos, faz sentido não abordar agora. Além disso, reconhecer que o impacto deste momento pode ser exaustivo para o seu público dá margem para oferecer outras formas de engajar, baseadas em conteúdos de menos atrito ou conflito. Trate sobre isso abertamente e você pode se sair bem.
Pior hipótese 💩: não dá para ignorar o que se passa além dos muros da sua empresa. Então não basta apagar comentários sobre os candidatos, bloquear pessoas fazendo campanha ou mutar quando perguntarem sobre algo dentro do tema. Pior que uma marca sem consciência é uma marca que parece não se importar. Então é fundamental ter um plano de ação para lidar com o público, mas sempre direcionando a conversa para outro tema.
Dica de ouro
Vai passar. Mas também não vai. O interesse por política dos brasileiros cresceu muito nessas eleições. Porém, todos os indicadores apontam que os jovens estão ficando menos interessados no tema. O efeito a longo prazo? Ainda não sabemos. Mas as pessoas ainda esperam mais posicionamento das marcas do que dos próprios governantes. Eleições passam, o público fica.
RECHEADA DE INFORMAÇÃO
Um gráfico pra você pensar…
TÁ QUENTINHO
As principais novidades e tendências do mundo do conteúdo.
A @ do YouTube
Sempre foi inexplicavelmente complicado passar o seu canal de YouTube para as pessoas. Agora isso deve mudar. A plataforma vai adotar o @ como identificação de perfis — da mesma forma como já é feita pelo Instagram, pelo Twitter e pelo TikTok. Além do handle, o perfil também ganha automaticamente um endereço correspondente, por exemplo: youtube.com/@perfil. Os nomes de canais não serão perdidos, ou seja, as pessoas terão duas maneiras de chegar ao mesmo destino. Atenção, creators: o YouTube por e-mail e notificação quando a opção estiver liberada para seu canal.
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[Bloqueado]
Segundo o report anual da Blockthrough, mais de 290 milhões de pessoas no mundo estão usando adblock — ou seja, não estão vendo nenhum tipo de anúncio em sites, redes sociais ou plataformas de vídeo. O que eu sempre digo: na era da disputa por atenção, somente uma estratégia consistente de conteúdo pode furar a bolha do desinteresse em publicidade.
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Carinhas 3D
Esta semana o Twitter liberou as novas versões 3D de emojis na plataforma. E, aparentemente, o pessoal todo mundo gostou. A ponto de alguns usuários criarem designs altamente elaborados por lá. Pode ser coisa passageira, mas como tudo na rede social mais social que existe, também pode ser uma boa oportunidade para ganhar engajamento.
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Cancelados
O Spotify anunciou o cancelamento de 11 podcasts originais nos EUA. De quebra, vai demitir 5% de sua equipe dedicada. Entre os programas que vão sair da grade está o “Horoscope Today”, uma das grandes apostas da plataforma e (aparentemente) sucesso de público. O que pode estar acontecendo? Difícil dizer. A investida da empresa no formato levou ela à liderança do mercado, mas a entrada de dinheiro pode ainda não estar correspondendo. Vale apontar, porém, que eles ainda tem +500 podcasts originais por lá.
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Palestra TikToker
Este aqui é um aviso de que vou ser mediador do talk com Mauricio Felicio, Diretor de Vendas do TikTok. Vai ser no SVWC 2022, o maior evento de inovação da América Latina, organizado pela StartSe. A conversa será no dia 18/10, às 14h50, no Pro Magno Centro de Exposições, em São Paulo, e terá transmissão online também. Spoilers: vou perguntar sobre a estratégias de sucesso na plataforma e os hábitos dos usuários por lá. Ainda tem ingressos à venda.
É CASE QUE VOCÊ QUER, @?
Então se inspire aqui nesse exemplão de conteúdo.
O AirBNB é mais do que um serviço de aluguel de casas. É um lugar para descobrir experiências que se encaixam no seu estilo. Mas e se você não sabe qual é o seu estilo? Bem, ai eles te ajudam através de um quiz simples, atraente e que também vale como bom insight para criar engajamento. A ideia é descobrir qual sua personalidade de design com base em mood e hábitos. O resultado são ideias de decoração e, claro, lugares para conhecer com casas para alugar. Fica a dica de sempre: quizzes são sempre bons na estratégia.
BOCADITOS
Links rápidos para leituras demoradas.
• Infográfico com 5 dicas para otimização de imagens para SEO.
• Os bonequinos do metaverso da Meta finalmente vão ganhar pernas!
• Um belo passo a passo para montar sua estratégia para o TikTok.
Obrigado pela leitura!
Esta é a newsletter RECHEIO. Toda quarta-feira (a não ser hoje, já que ontem foi feriado), às 07h08, conteúdo que importa direto no seu e-mail.
Por Alberto Cataldi, head estrategista de conteúdo e jornalista. Me segue lá no Linkedinho que também compartilho coisas deste universo (e memes).
Esta edição ficou com MUITA coisa de fora. É verdade, não deu para usar tudo o que eu selecionei durante a semana. Curtiu o que ficou? Responde aqui para eu saber se a curadoria foi bem feita.
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