RECHEIO — Viralizou mesmo?
RECHEIO — Viralizou mesmo?
RECHEIO — Viralizou mesmo?
#️⃣ Edição 79
O QUE É VIRAL HOJE EM DIA?
Se um vídeo teve 1 bilhão de views, mas você nem ficou sabendo dele, ele viralizou?
Ou uma pessoa que “bombou na web” está dando entrevista na TV e eu nem conheço, a relevância dela segue baixa ou alta?
O conceito de viralidade está cada vez mais diluído e difícil de determinar. Talvez a própria ideia de viralização esteja se tornando uma coisa ultrapassada, de outros tempos, como o Orkut e, bom, as redes sociais em geral.
Dá uma olhada na lista dos vídeos mais curtidos no TikTok nos últimos 30 dias e me diga: você já tinha assistido eles? Eu reconheci 2: um da moça no Uber (que foi reproduzido no Instagram) e o trailer de “Divertida Mente 2” (não conta).
Então, eles são virais ou simplesmente tiveram uma grande audiência?
Uma boa definição para Conteúdo Viral que eu achei é:
“Uma postagem, um vídeo ou uma imagem, tornou-se extremamente popular e está sendo compartilhado por um grande número de pessoas em diversas plataformas de mídia social.” (Later)
Parece simples, não é mesmo? Mas a mera ideia de “popularidade” não é mais o que já foi.
Se você tem uma conta no YouTube e já foi explorar nas origens dos seus vídeos de onde o público está descobrindo o seu conteúdo, pode ter se deparado com Shorts de audiências de milhões de views em canais que nunca ouviu falar. Esse fenômeno não é novo, mas tem se tornado mais frequente.
É, sim, efeito da descentralização da web e das plataformas sociais. Conteúdos de K-pop podem trazer audiências imensas sobre novelas que você não assiste, assim como memes de um game que você nunca jogou podem ser referenciados aos milhões por aí.
A viralização perde o sentido quando os nichos crescem e se tornam tão relevantes a ponto de criar suas próprias versões do que é a web.
Buscar o viral se torna inútil.
A má notícia é que isso torna os resultados de conteúdo cada vez mais imprevisíveis e os planejamentos baseados em trends e respostas ao que está quente ficam praticamente impossíveis de sustentar. Quando não se tem como saber de onde virá o próximo “tema do momento” nem onde ele está acontecendo, é difícil surfar a onda.
A boa notícia é que isso fortalece os conteúdos de nicho. Favorece quem cria pensando em profundidade e identificação com o público alvo. Isso é ótimo para marcas que querem atender recortes de departamento (B2B falando com RH, por exemplo) ou mesmo momentos da jornada de compra. Trabalhar com consistência em um formato ou hashtag, por exemplo, pode render ótimos frutos.
Cada vez mais, os números bilionários de views e plays vão começar a perder o sentido em uma internet onde tudo é relativo. Saber o que é viral vai perder a relevância, enquanto saber o que gera engajamento para quem importa vai se tornar uma técnica fundamental.
Parte do amadurecimento da internet, dos nossos comportamentos e, espero, também do conteúdo que podemos criar.
RECHEADA DE INFORMAÇÃO
Um gráfico pra você pensar…
TÁ QUENTINHO
As principais novidades e tendências do mundo do conteúdo
Mandioca IA
É a nova inovação tecnológica que vai mudar tudo. Você ama, você odeia, você não sabe bem o que é e ninguém sabe para que serve. O AI Pin (além de ter um nome divertidíssimo para nós), da Humane, é uma espécie de broche digital que promete substituir os celulares. Ele vai preso no na roupa. É pequeno e tem microfones para te ouvir e som direcional para só você escutar. Funciona como um ChatGPT (alguns dizem que literalmente, tendo a tecnologia da Open AI como base) onde você pergunta coisas e ele te responde. Caso queira ver algo, é só posicionar a mão em frente a ele para receber uma projeção (literalmente) na palma da mão. Custa US$ 699 (cerca de R$ 3,4 mil) e pede uma mensalidade de US$ 24 (RS$ 116) para continuar rodando. Não tenho opinião formada, ainda. Mas entendo que o hype todo seja parte da nossa expectativa de finalmente ver a Inteligência Artificial “incorporada” em algum device que nos ajude a dar o peso dessa transformação. Vai ser o AI Pin esse grande símbolo? Duvido. Outras propostas devem aparecer em breve. E isso deixa a gente um pouco mais longe do celular como única ferramenta possível para conteúdo em movimento (e mais perto do filme “Her”).
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Adeus, carrossel
Seus carrosséis de LinkedIn vão sumir! A própria plataforma anunciou que posts feitos com o recurso — que foi lançado em julho do ano passado — deixarão de funcionar em 14 de dezembro. A opção de carrossel de fotos foi apresentada após vários anos de pessoas adaptando o formato de PDF para funcionar como uma sequência de imagens no feed. Aparentemente, não deu muito certo (mesmo com bons resultados de engajamento nos perfis que acompanhei). Quem ainda utiliza o formato PDF não vai perder seus posts. Outros dois recursos que vão deixar de existir são as imagens com links clicáveis e os vídeos de perfil. O LinkedIn tem experimentado bastante com funcionalidades novas, então vale seguir testando tudo o que aparecer, mas sem apego…
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Mesmo Reels, novas vozes
O Instagram está aquecendo para as festas de fim de ano com uma série de recursos para bombar a produção de Reels e Stories. Talvez a principal sejam novas opções de vozes para transcrição de texto, um efeito popularizado pelo TikTok e que tem dominado o Insta. O recurso acompanha novas opções de fontes para o texto que aparece na tela. Infelizmente, as novas opções ainda estão disponíveis apenas em inglês. E para incentivar a produção de MUITOS vídeos, o app também vai reorganizar sua área de rascunhos, permitindo ver previews, renomear a agendar para publicação.
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Apertem os cintos?
Em um evento recente, o responsável de comunicações do Google, Danny Sullivan, revelou muito sem dizer nada. Ao responder a uma pergunta sobre as constantes alterações de algoritmo recentes da plataforma, ele disse:
“Tem muitas mudanças grandes vindo aí e eu não quero dizer ‘apertem os cintos’ porque isso faz as pessoas pirarem. Se você estiver fazendo as coisas certas, vai ficar tudo bem para você”.
Ou seja… Apertem os cintos, tem mudança grande vindo aí no sistema de ranqueamento do Google.
É CASE QUE VOCÊ QUER, @?
Então se inspire aqui nesse exemplão de conteúdo.
A Ben & Jerry’s é uma das marcas mais adoradas do mundo. Em grande parte, porque seus valores são expressos em toda a sua cadeia, dos produtos à comunicação. Um ótimo exemplo de onde isso fica aparente é no blog deles. Com o nome simples de What’s New, o projeto é mais que isso: fala sobre sorvetes, receitas e lançamentos, mas também sobre cultura, causas sociais e movimentos locais. Até mesmo um post sobre o custo da produção de cacau no meio ambiente eles já publicaram. E nada disso atrapalha no sucesso da marca e na preferência de seus sorvetes. Quando o propósito é levado a sério, ele vale muito a pena.
BOCADITOS
Links rápidos para leituras demoradas.
• Psicologia: por que as pessoas postam coisas nas redes? [Red Website]
• Como está a confiança dos americanos nas redes sociais? [Catalyst]
Obrigado pela leitura!
Esta é a newsletter RECHEIO. Toda quinta-feira, às 07h08, conteúdo que importa direto no seu e-mail.
Por, Alberto Cataldi, head estrategista de conteúdo e jornalista. Me segue lá no Linkedinho que também compartilho coisas deste universo (e memes).
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Até a próxima!
