RECHEIO — Deu ROI?
#️⃣ Edição 102
Conteúdo precisa dar ROI
É uma daquelas coisas que a gente briga para aceitar no dia a dia. Por mais que a estratégia de conteúdo tenha um objetivo de construção de autoridade, de gerar engajamento, de posicionar sua marca… ela precisa gerar valor pra empresa.
Acontece que é difícil definir como o conteúdo “dá retorno”.
ROI é sobre quanto de retorno você tem a partir de quanto investiu. Um investimento em conteúdo vale a pena quando ele pode retornar de várias formas ao longo do tempo. É o milagre da multiplicação.
O ROI não vem de quanto você lucra com 1 conteúdo, mas o quanto você faz a geração de 1 conteúdo render de múltiplas formas para se tornar atração de diversos leads/clientes.
Um post no blog não pode nunca ser só isso. Ele precisa se tornar posts (plural, mesmo) de social, roteiro de vídeo, tema de podcast, enquete para o público, direcional de campanha…
Então dedicar muito tempo e recursos para um conteúdo que serve para apenas uma coisa é jogar dinheiro fora.
O esforço na geração de um conteúdo começa quando ele é concebido. E é logo nesse momento que a estratégia de reaproveitamento e distribuição deve ter início.
1 vira 1.000
Para planejar isso bem planejado, é importante começar sempre com um conteúdo de muito… recheio. Pode ser um ebook, um post longo, um white paper, uma live bem roteirizada. O primeiro formato vai ser chave para poder ser desdobrado em diversos outros sem perder qualidade. Afinal, é mais difícil desdobrar algo que já começa raso, como um carrossel de Insta.
Mas antes de sair criando, é importante planejar como esse conteúdo inicial já será elaborado prevendo os seus desdobramentos e recortes. Tente trabalhar em tópicos, com uma linguagem acessível e sem dependência de muitos links externos.
Vai usar imagens? Já pense em como vai adaptar para diferentes canais.
E garanta que toda essa jornada de conteúdo vá do topo ao fim do funil: o conteúdo pode começar como um post orgânico de social, pode deve terminar como uma LP para download ou cadastro em troca de mais conteúdo, por exemplo. Você nunca sabe em qual etapa seu investimento pode dar mais retorno.
Tá, mas como calcular o ROI?
A fórmula clássica do ROI ainda vale:
[(valor gerado - valor investido) ÷valor investido] x 100
Mas ela só faz sentido se você olhar para o valor gerado não apenas em termos de receita, mas de metas alcançadas. Geração de leads é uma meta, assim como alcance de um post, conversas iniciadas e posicionamento no Google. Converta essas metas e métricas equivalentes a retorno e some tudo para ter o cálculo real do valor gerado.
Outra coisa a considerar é o tempo investido na criação e distribuição, que também são investimentos. As horas de uma equipe ou o custo de uma produtora, por exemplo.
Feito isso, a principal dica: olhe para o todo, não para o individual. Cálculos de ROI de conteúdo fazem mais sentido quando considerado um mês inteiro ou um semestre. Ações individuais podem esconder resultados ou superestimar investimentos. A gente sabe que resultados de conteúdo levam tempo. Mas também sabe que só tem retorno quem investe no futuro.
RECEITA SECRETA
Dicas e estratégias que usam por aí
Um bom post de blog que vai bem no SEO é tipo uma página da Wikipédia. Literalmente. O formato cria uma experiência mais engajada e fluida, rendendo bons pontos com o usuário e o Google. Então, quando for criar um post que pretende ser referência no tema, use:
Uma abertura de 1 ou 2 parágrafos resumindo o tema e convidando a saber mais.
Sumários clicáveis logo depois, deixando clara a divisão de tópicos em navegação
Seções em H2 e H3 que funcionam quase como conteúdos individuais, mas que podem se complementar. Cada seção responde uma pergunta claramente.
Use muitos “saiba também” e “confira mais”, com cuidado para aplicar os links em palavras chave e não em termos genéricos como “clique aqui”.
Quer ir além? Desdobre sempre temas relacionados em novas páginas e vá linkando. Cria sua própria Wikipédia e seja a autoridade que o Google (e a audiência) procura.
TÁ QUENTINHO
As principais novidades e tendências do mundo do conteúdo
Dure o quanto durar
Vídeos mais longos não afetam suas chances de engajamento e alcance no Insta. Quem garante é o Adam Mosseri, chefão da rede social, que afirmou em um post:
“Não queremos penalizar vídeos mais longos, e é por isso que olhamos não apenas a porcentagem de um vídeo que foi assistido, mas também o número de segundos. Se você assistiu a 10 segundos de um vídeo de um minuto de duração, isso é exatamente a mesma quantidade de segundos que se fossem 10 segundos de um vídeo de 10 segundos, então você não será penalizado.”
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Live com prazo de validade
Fez uma live no Facebook? Agora ela vai ficar disponível por apenas 30 dias. Segundo a Meta, o formato não rende audiência após as primeiras semanas de exibição. Usuários serão notificados, com a opção de fazer o download dos vídeos e converter trechos em Reels.
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News do LinkedIn
O LinkedIn deve ter a pior ferramenta de newsletter do mercado. Porém, é uma das mais práticas — já que seus contatos se tornam assinantes instantâneos que podem ler na plataforma, no app ou no email. Boa notícia? Ela ficou menos pior. Agora (finalmente) quem publica news por lá pode ver status de volumes de envio e taxa de abertura. Os dados ficam disponíveis nos analytics dos envios.
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IAceitável
Uma pesquisa feita pela Adobe (em uma tentativa de convencer a gente a usar mais IA) revelou que 3 a cada 4 consumidores concordam que saber que um conteúdo foi feito com Inteligência Artificial Generativa não iria piorar, nem impactar a probabilidade de engajar com ele. É uma melhora em relação a pesquisas feitas no ano passado, quando os posts bizarros de IA começaram a tomar as redes. Na mesma pesquisa, a personalização é apontada por marketeiros como o principal potencial que a tecnologia pode destravar na rotina.
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Live no Brasil
O TikTok vai expandir seu recurso de live shopping para mais países, incluindo o Brasil. O formato permite fazer ao vivo com links para venda de produtos direto na tela. A expansão já está acontecendo no México e deve chegar aqui ainda este ano, aproveitando um mercado que já foi tomado pela Shopee e seu fascinante ecossistema de lojistas de live, agora também explorado pela Temu.
É CASE QUE VOCÊ QUER, @?
Então se liga aqui nesse exemplão de conteúdo.
Uma inspiração do uso de IA por uma gigante: a Mastercard tem aplicado desde 2023 uma tecnologia de Machine Learning que navega por milhões de posts e comentários na internet para identificar Microtrends e notificar seu departamento de marketing. A tecnologia identifica movimentos de experiências como culinária, viagens ou lazer e abre a possibilidade de engajar com campanhas específicas e direcionadas. Segundo a marca, isso permite criar ações em minutos ao invés de meses, se alimentando inclusive de um banco de copy e imagens disponíveis. Quando a trend passa, a campanha também sai do ar. É de fazer inveja.
BOCADITOS
Links rápidos para leituras demoradas.
• Melhores horários para postar no YouTube [Buffer]
• 40 hacks para crescer no Instagram [Hootsuite]
Obrigado pela leitura!
Esta é a newsletter RECHEIO. Toda quinta-feira, às 07h08, conteúdo que importa direto no seu e-mail.
Por Alberto Cataldi, diretor de marketing de conteúdo e jornalista. Me segue lá no Linkedinho que também compartilho coisas deste universo (e memes).
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Até a próxima!