RECHEIO - O clone
#️⃣ Edição 62
Sabe aquela frase “copia, mas não faz igual”?
Pois é, a Meta lançou o Threads, o seu clone do Twitter que nasce integrado ao Instagram.
E essa confusão de nomes já é uma boa introdução à experiência real da nova rede social. Mas antes, eu quero aproveitar para contextualizar o porquê disso tudo estar acontecendo.
As redes sociais morreram
Eu estou falando disso há algum tempo (e não sou o único), mas a era das redes sociais já era. As experiências ficaram fragmentadas, elas não rendem mais a receita esperada de publicidade e o investimento das empresas nelas não traz o retorno de antigamente. Com isso, virou um salve-se quem puder…
Rede sociais colocando vídeo em tudo, depois tirando. Fazendo feed baseado em sugestões, redes sociais pagas (!).
Tudo sinal do desespero das empresas tech tentando ganhar público e fazer dinheiro em uma cultura que mudou bastante: ninguém mais está na rede pela experiência dela, mas pelos conteúdos que estão por lá.
Então faz todo o sentido que a empresa do Zuckerberg — que tem explorado (e talvez estragado…) diversos apps como Instagram, Facebook e WhatsApp para ampliar os recursos sociais — decidisse criar um clone do Twitter a partir do visual do Insta.
Desde que foi comprado pelo Elon Musk, o Twitter sofreu uma queda de 25% na média de posts mensais, além de um declínio de receita de publicidade.
Mas ai vem uma pergunta óbvia:
Se nem o Twitter deu certo sendo o Twitter, que chance uma cópia dele pode ter?
Algumas. Primeiro, porque o Threads é apenas um primeiro passo para se tornar uma espécie de app que reúne várias redes sociais em um só lugar. O plano por trás da plataforma é um tal de Fediverso, que permite ao usuário integrar posts e feeds de diferentes redes.
No site da Meta tem uma explicação:
Nosso plano é fazer com que o Threads seja parte do fediverso, uma rede social de diferentes servidores operados por terceiros que se conectam e podem se comunicar entre si. Cada servidor no Fediverso opera sozinho, mas pode falar com outros servidores no Fediverso que rodam no mesmo protocolo.
Vai depender, claro, que os competidores concordem.
Na prática
Para logar, basta usar sua conta do Instagram — de onde, inclusive, você importa todos os dados. Como brinde, você recebe seu número de inscrição com base na ordem de chegada (eu fiquei com o 72089!).
Sim, o Threads tem todo o jeitão do Twitter. Pro bem e pro mal, um feed baseado em textocom base em interações feitas por outras pessoas é uma experiência pouco amigável para quem não é iniciado. Mas uma vantagem é que você começa por lá seguindo as mesmas pessoas que já segue no Insta, além de ver perfis de pessoas muito famosas.
Os posts tem limite de 500 caracteres e os vídeos podem ir até 5 minutos. A interação é altamente incentivada, com opções de curtir, comentar e compartilhar sempre acompanhadas de indicações de outras pessoas que já fizeram isso (algo como “curtido por Beto Cataldi”).
Infelizmente, o Threads não copiou uma das coisas mais legais da rival: os trending topics. Por enquanto, usar # não cria um link de hashtag nem permite pesquisar os assuntos mais comentados.
O app já nasce com possibilidade de ver posts na web em threads.net e opção de compartilhar posts para outras e a partir de outras redes sociais. Toda essa postura aberta parece um recado nada sutil para a rede do passarinho, que tem ficado cada vez mais restritiva.
Um ponto ruim? Por enquanto, para apagar sua conta no Threads, você também precisa deletar seu Instagram. A solução mais viável é desativar o perfil, o que ainda mantém os conteúdos ocultos até você voltar à conta.
Tá, mas e dai?
Sua marca precisa estar no Threads? Claro que sim. Qualquer rede social de relevância merece entrar na estratégia. A princípio, como um teste de exploração. Tente descobrir o que funciona por lá, que tipo de sinais de trends aparecem e as maneiras mais naturais de gerar e participar de conversas.
Pra nossa sorte, o time da Meta foi tão eficiente que dá para aproveitar 100% da sua estratégia de conteúdo do Twitter e migrar pra lá.
Vale muito a pena, afinal, é sair de um barco afundando e saltar para outro novinho e seguir viagem. O time da Meta pode não ter criado nada novo, mas talvez essa tenha sido justamente a genialidade da ideia: copiar o que já foi bom e deixa o ruim lá na rede vizinha.
RECHEADA DE INFORMAÇÃO
Um gráfico pra você pensar…
TÁ QUENTINHO
As principais novidades e tendências do mundo do conteúdo.
Desafio TikTok
Os creators do TikTok ganharam uma alternativa para fazer dinheiro na plataforma. O Creative Challenge é uma nova função do app que permite a qualquer usuário criar um vídeo para participar de alguma campanha lançada por uma empresa. É só acessar a área e navegar pela lista de opções; ao escolher uma, você grava um vídeo e envia. Após aprovado, o vídeo se torna um anúncio utilizado pela marca — e quem criou pode acompanhar o desempenho e receber uma monetização pelo resultado. Um ponto interessante é que o vídeo não precisa estar no seu perfil, ele vai ser exibido na aba Para Você como ad. A ideia, obviamente, é aproximar marcas de creators na plataforma e garantir que as pessoas recebam pelo que criam… Coisa que parece que a Meta ainda não aprendeu.
Por falar em TikTok, uma reportagem recente da Bloomberg mostrou como vários creators da plataforma estão sofrendo de burnout para tentar atender às exigências cada vez mais voláteis do algoritmo de lá. O preço que se paga para ser pago por lá…
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Novidades no YouTube
O time de experimentos do YouTube revelou algumas novidades para a plataforma esta semana. A mais legal delas é a opção de transformar tópicos e temas publicados nos comentários em busca dentro do próprio YT. Funciona assim: se um usuário comenta com alguma palavra ou frase incentivando se aprofundar em algum tema, a palavra se torna um link que, clicado, abre a busca por novos vídeos com aquela palavra sem parar de rodar o vídeo atual. Outro update legal é a opção de ver quantas pessoas clicaram na opção de “lembrete” de um vídeo programado para entrar no ar como live ou estreia. Mais detalhes aqui.
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Vítima da IA
O Business Insider publicou um relato interessante de uma marketeira que perdeu um frila depois de ser pega usando Inteligência Artificial para escrever posts. Segundo ela, o job era para produzir 20 artigos de how-to por mês e, para dar conta, ela “terceirizou” a criação para uma ferramenta e focou apenas em editar o resultado. No fim, ela foi pega e o cliente encerrou o contrato. Ainda assim a Tina esclareceu que vai continuar usando a IA como solução pois o ganho de produtividade valeu a pena, mas vai deixar isso mais claro para os clientes. Agora eu quero saber…
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Então se inspire aqui nesse exemplão de conteúdo.
O Hubspot tem uma escola online. E ela é gratuita. No Hubspot Academy você pode fazer cursos rápidos para uma série de habilidades importantes em marketing, vendas e atendimento, como CRM, estratégias inbound e vários outros. Tudo isso porque a plataforma quer ser a maior referência em soluções e ferramentas para as empresas de todos os portes. Eu sempre falo que o papel do conteúdo na estratégia do negócio deve ser de educar o público no valor do seu produto; e neste exemplo, o Hubspot faz isso muito bem, com foco extra na educação. E você, o que poderia estar ensinando de graça para os seus (atuais e futuros) consumidores verem valor no que você vende?
BOCADITOS
Links rápidos para leituras demoradas.
• O que são os Operadores de pesquisa Google e como utilizar no seu site
• 30 dicas e hacks para Instagram Stories
• A Meta soltou esse guia que ajuda a criar Reels de destaque
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Por, Alberto Cataldi, head estrategista de conteúdo e jornalista. Me segue lá no Linkedinho que também compartilho coisas deste universo (e memes).
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