RECHEIO — O Google ainda vale a pena?
#️⃣ Edição 96
O Google ainda vale a pena?
Se você trabalha em uma pequena ou média empresa, as chances são grandes de que você dependa de SEO. E, provavelmente, essa dependência é um jogo complicado:
Você não tem resultados suficientes vindo organicamente do Google para gerar uma grande receita. Porém, abandonar a produção de conteúdo de SEO pode impactar bastante os resultados.
Então você fica nesse meio termo. Sempre trabalhando para gerar conteúdo que vá bem no Google, mas lutando para crescer a audiência vinda de lá (e, claro, que essa audiência compre algo da sua marca).
A realidade atual é que só dois tipos de sites conseguem tirar proveito do Google: grandes marcas e empresas relevantes, já estabelecidas também fora da busca; E pequenas empresas que se aproveitam de oportunidades ou falhas no ranqueamento e ganham muita relevância com uso de hacks, bombardeio de links ou Inteligência Artificial.
Em ambos os casos, parece que todo aquele papo do Google ser uma ferramenta para distribuir conhecimento fica esquecido. Afinal, se você é autoridade em um assunto e decide escrever bastante sobre isso, com conteúdo próprio, informações claras e navegação simples… Você deveria se tornar relevante naturalmente para o público interessado, certo?
Veja bem…
Uma fonte anônima (depois revelada) vazou um arquivo de mais de 2.500 páginas de documentação de API do Google.
São mais de 14 mil atributos considerados pelos engenheiros da plataforma na hora de desenvolver soluções na busca. Basicamente, é a receita que a ferramenta segue na hora de ranquear páginas.
E talvez o maior impacto desse vazamento não seja em finalmente descobrir o que é ou não importante na hora de ranquear, mas a revelação geral de que muitas das coisas que o Google alega serem importantes (como relevância do conteúdo, originalidade e confiabilidade) não importam tanto assim.
Sabe o que definitivamente importa? A autoridade de um domínio (basicamente, quantos links existem para ele), a quantidade de audiência da home, os títulos das páginas, quão recente e atualizado é o conteúdo e, talvez, a revelação mais importante…
Os cliques importam
No meio dessa documentação toda há uma informação nova e muito relevante: o Google classifica os tipos de clique que um site tem. E, mais do que isso, ele analisa cliques feitos por quem usa o Chrome, mesmo que não seja vindo do Google.
Isso significa que os cliques que uma pessoa dá no seu site vão afetar o ranking dele na busca, mesmo que essa pessoa tenha ido parar no seu site sem passar pelo Google.
Os cliques são considerados bons quando eles rendem uma navegação longa e de mais interação e são considerados ruins quando a navegação é curta ou simplesmente um bate e volta (sinal de que a pessoa não encontrou o que esperava).
Há detalhes específicos, por exemplo quando o clique parte da home e a navegação continua, o efeito para o site é muito positivo e ele pode subir no ranking.
Mais uma vez, o papo todo é muito técnico e eu recomendo fortemente que você converse com seu SEO, sua agência ou alguma pessoa que entenda a engenharia do negócio para você entender os detalhes. Não são poucos.
A minha mensagem aqui, como sempre, tem mais a ver com a estratégia geral e o contexto. Nesse ponto, as coisas não parecem muito diferentes do que eu venho dizendo:
O Google está um caos
As mudanças de comportamento de busca, a invasão dos conteúdos feitos por Inteligência Artificial e nossos hábitos de navegação não-linear quebraram a fórmula do Google. Os fatores que eram considerados no ranqueamento há 3 ou 4 anos simplesmente não fazem mais sentido.
Na tentativa de corrigir isso, acabamos com um meio-termo estranho.
No discurso, criar conteúdo relevante que ajude o usuário é o que mais importa. Na prática, sites sem nenhuma originalidade ou lastro conseguem ganhar destaque e milhões de usuários.
Por isso que o fator dos cliques que eu destaquei se revela tão importante. O Google depende de análises de fora do próprio Google para entender quando um site é relevante.
Esse é o grau da gravidade onde a coisa chegou. Nem o Google confia na SERP do Google.
Então sua estratégia (principalmente nas médias e pequenas marcas) deve ser cada vez mais em construir relevância fora do Google. Atrair visitas, inscrições e, principalmente, cliques de qualidade. Seja via WhatsApp, LinkedIn, Instagram, email, Reddit, Pinterest… O impacto do seu site só será realmente sentido no Google quando as pessoas demonstrarem isso através de suas visitas e engajamento.
“Então pra que eu dependo do Google se eu vou ter que fazer o trabalho todo de construir audiência por conta própria?”
É uma boa pergunta. E tenho certeza que o Google está correndo desesperadamente atrás de respostas. Enquanto isso, eles vão tentando resolver através de soluções duvidosas, como uma IA que recomenda que pessoas comam cola no molho da pizza…
RECHEADA DE INFORMAÇÃO
Quanto tempo as pessoas passam dentro de um app depois de abrir? Pelo ranking de abril do DataReportal, o YT segue campeão absoluto, seguido (de longe) pelo TikTok. Facebook é maior que Insta. Sabe a razão? Lá tem mais vídeo. Se você ainda não entendeu que esse é o formato que realmente engaja hoje nos apps, está perdendo engajamento. Lembre-se: o que importa não é ter uma superprodução, mas ter frequência.
TÁ QUENTINHO
As principais novidades e tendências do mundo do conteúdo
Os comentários não são iguais
Muito interessante esse vídeo de uma usuária mostrando que, ao compartilhar um post do Instagram com o namorado dela sentado logo ao lado, os comentários em destaque que apareceram para ambos foram completamente diferentes. Para ela, usuários reclamavam do conteúdo. Para ele, pessoas incentivando a autora. Uma demonstração bem real da tal internet fragmentada e das diferentes experiências de redes sociais que cada um de nós temos. Imagina a maneira como isso também influencia nosso comportamento sem nem percebermos…
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O TikTok tem um novo Studio
Parece que o YouTube (finalmente) está fazendo escola quando se trata de painel de gerenciamento. O TikTok lançou um novo Creator Center que vai concentrar toda a publicação, edição e analytics dos vídeos publicados por lá. Ficou bem mais completa que a experiência anterior e também tornou mais prático para novos usuários e pequenas marcas tirarem mais proveito das possibilidades. Melhor ainda? É amigável para uso no desktop.
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A Inteligência Artificial está resumindo notícias
A novidade começou a rodar esta semana no The Washington Post: um botão que resume as matérias publicadas no site em formato de 3 bullet points. Não dá para saber se a tecnologia usada é o ChatGPT ou outra equivalente, mas o embarque de soluções de IA no editorial jornalístico sempre merece atenção para evitar distorções ou omissões. Vou acompanhar de perto essa experiência…
É CASE QUE VOCÊ QUER, @?
Então se liga aqui nesse exemplão de conteúdo.
A Pixar é uma marca para todas as idades. E eles são muito bons em se adaptar para cada uma delas. Dá uma olhada no TikTok deles, por exemplo. Uma linguagem dinâmica, cheia de referências a trends, mas ainda assim muito proprietária e fácil de engajar em qualquer faixa etária. Claro que ter alguns dos personagens mais populares do cinema ajuda bastante, mas o fato deles aproveitarem isso com tão pouca necessidade de contexto é um ótimo exemplo de como ser adaptável e acessível!
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BOCADITOS
Links rápidos para leituras demoradas.
• Porque levar o marketing para o Reddit [Search Engine Journal]
• Ferramentas para análise de sentimento em social [Hootsuite]
Obrigado pela leitura!
Esta é a newsletter RECHEIO. Toda quinta-feira, às 07h08 (às vezes, até no feriado. Me diz o que achou disso), conteúdo que importa direto no seu e-mail.
Por Alberto Cataldi, head estrategista de conteúdo e jornalista. Me segue lá no Linkedinho que também compartilho coisas deste universo (e memes).
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