RECHEIO — Vem pro clube
#️⃣ Edição 79
VOCÊ TEM UM CLUBINHO?
Pois deveria.
Comunidade é conteúdo. Mais do que isso, é a melhor iniciativa de conteúdo que você pode ter na sua estratégia B2B.
A princípio, pode parecer uma tarefa para o time de relacionamento, experiência do cliente ou até outbound. Mas não, o conteúdo tem que saber trabalhar com essa iniciativa em forma de canal. Como se fosse uma estratégia de Instagram ou TikTok. E eu explico.
Começou com essa resposta aqui que eu deixei no LinkedIn de um assinante da RECHEIO que pediu o seguinte: “Sua principal estratégia OU alguma estratégia que você testou e deu certo para geração de leads no mercado B2B”
A ideia é essa e parece bem simples. Mas quero detalhar um pouco mais sobre como isso é trabalho (também) para conteúdo.
Manter uma comunidade ativa e interessante é um trabalho de incentivo. Um grupo de profissionais só é tão interessante quanto a interação que eles são capazes de gerar. Mas nem todas as áreas têm pessoas que conseguem se expor naturalmente, compartilhar ideias ou comunicar com facilidade suas experiências. Mas dá para superar isso estrategicamente.
O papel do conteúdo em uma comunidade fechada B2B é mais do que gerar valor ou entregar tópicos de discussão, mas construir uma rotina acessível, prática e agradável de criação de conteúdo, troca de opiniões e compartilhamento.
Dá para fazer isso criando enquetes, compartilhando notícias, fazendo coberturas rápidas de eventos do setor…
Mas dá para ter ainda mais estratégia, criando rotinas de geração de participação (pedir a opinião dos participantes sobre um tema do momento, por exemplo), retroalimentação (usar essas opiniões em um post do blog que depois é redistribuído na comunidade para ser compartilhado) e autoridade (usar essas opiniões para repercutir a relevância da comunidade para quem ainda não faz parte).
As pessoas querem sentir que estão fazendo parte de um grupo relevante. Mais do que isso, que elas ajudam o grupo a se tornar ainda mais relevante através de suas participações e contribuições.
Se eu tivesse que criar um passo a passo simples, seria:
1- Crie uma comunidade que funcione por convite e seleção de entrantes. Reúna todos em um WhatsApp de regras claras.
2- Desenvolva uma rotina de compartilhar conteúdo e incentivar a participação individual.
3- Transforme as participações em conteúdos e serviços de alto valor.
4- Retorne à comunidade com o resultado, incentive a divulgação.
5- Use o resultado como prova de valor para fazer parte da comunidade.
6- Repita o processo periodicamente.
Isso, aliado a uma jornada de relacionamento, networking e oferta de produtos adequados às necessidades compartilhadas no grupo, pode ser uma estratégia de conteúdo paralela ao branding que funciona muito bem e com quase total independência.
Uma boa comunidade é um bom clubinho. Faça ter valor, ser divertido e, principalmente, cheio de gente querendo fazer parte e ninguém querendo sair.
RECHEADA DE INFORMAÇÃO
Um gráfico pra você pensar…
TÁ QUENTINHO
As principais novidades e tendências do mundo do conteúdo (acumuladas das últimas 2 semanas que fiquei fora)
No Google
Veio aí… O Google anunciou duas pequenas grandes mudanças na funcionalidade de busca. Agora é possível adicionar uma Nota em um resultado, o que funciona como uma espécie de comentário feito por usuários para complementar o conteúdo da página. Todas as Notas ficam disponíveis para as pessoas acessarem. Já com a função Seguir, você pode “assinar” um tema buscado, que passará a ser exibido no topo de novas buscas similares e como novos resultados no app do Google. Como já é habitual, as novidades chegam como teste na versão Lab do aplicativo e logo devem estar disponíveis para todos. Uma busca mais interativa e com jeito de TikTok.
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No TikTok
Conteúdo é um jogo de conversão longa… Se antes era difícil mensurar isso sem um grande trabalho de tagueamento, agora o TikTok facilitou. A plataforma criou um novo framework de medição de engajamento que considera a conversão de usuários mesmo dias após terem visto uma campanha. A medição também vai considerar outros tipos de interação, como likes, encaminhamentos e comentários.
Já outra novidade aguardadíssima é a possibilidade de assistir a vídeos offline. Ainda não é oficial, mas já vazou na rede. Parece ser um recurso muito interessante, onde uma série de vídeos é baixada quando você está no wifi. Depois, você consegue fazer o scroll pelos vídeos como se fossem em um feed “ao vivo”. Ao retornar para um wifi, os vídeos são atualizados. Um jeitinho de Netflix.
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No Instagram
Um monte de novos recursos entraram na fila de testes limitados nas últimas semanas. Pra mim, o mais interessante de todos é o Minha Semana, que mantém alguns stories disponíveis por 7 dias. Os vídeos adicionados lá não vão para os stories gerais e podem ser editados à vontade. Paralelamente, o Insta também está testando uma espécie de mural de Notas (sendo que as notas no Direct não emplacaram…) e uma gamificação que entrega emblemas para quem cumpre metas, como quantidade de likes, publicações de Reels e outros. Percebeu como todas essas novidades tentam incentivar mais produção de conteúdo rápido e pouco planejado na plataforma? Esse incentivo ao imediatismo sem muito filtro tem total jeito de Geração Z…
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No Threads
Depois de muito (muito) tempo, ficou disponível a opção de apagar o perfil sem precisar deletar o Instagram junto. E não foi a única grande novidade anunciada pelo chefão Mosseri: está oficializado que a rede social não terá DM. Por um lado, parece estranho o CEO negar uma função que faz tanto sucesso no Insta, por outro, pode ser uma tentativa de manter o foco do app no feed. E quem acessa o Facebook já começou a ver sugestões de posts do Threads por lá, exatamente como já tem acontecido no feed do Instagram. Mais uma possibilidade de exposição ampla para quem está apostando em conteúdo lá.
Inclusive, um diretor global de marketing da Meta contou em um evento que tipo de post está fazendo sucesso na nova rede: abertura de conversas.
“Vemos muito mais engajamento em Threads em conteúdo que inicia uma conversa. Estamos incentivando as pessoas a responder e queremos que elas respondam. Um tipo de esforço conjunto também."
É CASE QUE VOCÊ QUER, @?
Então se inspire aqui nesse exemplão de conteúdo.
A Stanley, marca de ferramentas muito famosa por seus copos térmicos, viralizou em cima de um viral no TikTok. Começou com um vídeo da Danielle, que gravou seu carro destruído após um incêndio. No porta-copos, um copo Stanley intacto cheio de bebida e ainda com gelo! Foram 84 milhões de views. Então a marca foi lá e fez um vídeo com seu CEO dizendo que sente muito pelo ocorrido, oferecendo um novo copo para Danielle e também um carro novo! Mais de 32 milhões de views. Um exemplo prático de como aproveitar uma onda que envolve sua marca e gerar um buzz positivo. O investimento certamente não foi nada e o retorno? Uma baita apresentação da marca para pessoas que talvez nem conhecessem. E quem já gosta, virou mais fã.
BOCADITOS
Links rápidos para leituras demoradas.
• Como garantir que suas histórias gerem conexão [Jay Acunzo]
• Os usuários das primeiras redes sociais estão órfãos [Wired]
• Afinal, qual a diferença entre creators e influencers [Digiday]
Obrigado pela leitura!
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Por, Alberto Cataldi, head estrategista de conteúdo e jornalista. Me segue lá no Linkedinho que também compartilho coisas deste universo (e memes).
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