RECHEIO - Inspiração x automação
#️⃣ Edição 63
E SE A INTELIGÊNCIA ARTIFICAL FICAR COM A PARTE QUE EU GOSTO DO TRABALHO?
Sim, estou falando de Inteligência Artificial de novo (inclusive, falo toda quarta-feira, ao vivo, lá no YouTube da StartSe).
Mas desta vez eu venho com um dilema mais existencial, motivado pela notícia recente sobre três autores decidirem processar a OpenAI (criadora do ChatGPT) e a Meta por terem usado suas obras parcial ou totalmente na criação de novos conteúdos. Eles não são os primeiros a entrarem com uma ação do tipo nas últimas semanas.
A discussão sobre direitos autorais e IA ainda é muito recente e certamente vai ser um campo minado argumentativo.
Mas, como criador de conteúdo (e escritor, roteirista, autor…) eu concordo 100% com qualquer pessoa que queira proteger sua obra e ter voz sobre como ela pode ou não ser usada. E não sou o único, aparentemente.
O mal estar
Todo o incômodo com a campanha da Volkswagen com a Elis Regina reforça uma tendência que pesquisas recentes já demonstraram: o público quer transparência sobre o uso de conteúdos criados a partir de IA e também sobre a origem dele.
É uma preocupação real que reflete como aquela fase inicial de fascinação em descobrir que algum conteúdo havia sido “criado por uma Inteligência Artificial” começa a dar lugar a um desconforto — ao meu ver, natural sempre que nos deparamos com algo que não sabemos bem como foi criado. Afinal, o que a própria Elis acharia disso?
Mas a onda vem…
Por outro lado, a gente sabe que é inescapável. Se você está em uma agência, redação ou departamento de marketing neste momento… A IA vai invadir o seu trabalho em breve, se já não invadiu. E isso pode ser muito bom!
Minha preocupação? Que ela não venha justamente para roubar a parte do trabalho que eu gosto de fazer. Não quero uma IA para escrever textos — eu gosto de fazer isso! Nem para elaborar minhas newsletters ou decidir o tema para falar. Não tenho nenhum desejo de substituir meu achômetro acumulado em anos de experiência por uma análise fria de algoritmo.
A IA mostra seu valor para mim quando ela filtra bases imensas de dados. Faz correlações que eu jamais pensaria em fazer. Elimina as repetições que sugam a minha energia na rotina diária. Acelera as conclusões dos meus testes.
Eu não quero a IA para recriar a Elis Regina, afinal, a original já era insubstituível. Essa é uma das razões que a tornaram um ícone.
O que torna os talentos humanos tão admiráveis não é a incapacidade de serem reproduzidos. Mas sim eles serem movidos por algo que vai muito além de referências ou bancos de dados. Uma chama de inspiração que também nos inspira.
É é assim que eu tenho lidado com a IA.
Eu sei que eu nunca vou ter um momento de Inspiração com o ChatGPT da mesma maneira que eu tenho ao ouvir uma música que me emociona ou empolga antes de escrever a news. O máximo que a resposta de um prompt pode me fazer é ter uma ótima ideia. E quer saber? Isso já é suficiente.
Quer que eu traga dicas mais práticas de como tenho usado e testado soluções de IA na minha rotina com conteúdo? Responde na enquete abaixo para eu saber se devo trazer mais nas próximas edições.
RECHEADA DE INFORMAÇÃO
Um gráfico pra você pensar…
Quer outra referência? A internet levou 7 anos para chegar a 100 milhões de usuários, isso lá em 1990.
TÁ QUENTINHO
As principais novidades e tendências do mundo do conteúdo.
Alerta Google!
Frequentemente, os temas que vê aqui na RECHEIO surgem de problemas reais que estou enfrentando. Como é o caso de uma queda significativa de audiência orgânica do Google. Mesmo com várias melhorias e correções no site, o cenário não melhorava. Ai eu me deparei esta semana com este comunicado oficial, alertando sobre um “incidente afetando a indexação” no Google News. A plataforma não detalhou a causa, apenas que, desde o dia 21 de junho, “um problema contínuo estava afetando todos os sites, resultando em uma queda de tráfego” do resultado de buscas de notícias. Na tarde de ontem (12), o Dashboard do Google informou que identificaram a origem e implementaram uma solução. Se vai resolver? Vamos precisar de mais 24 horas para saber. Fique de olho no seu Search Console!
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Dinheiro rodando no TikTok
Se você está colocando todo seu esforço de vendas apenas no Instagram, presta atenção aqui: um novo report feito nos EUA pela Data.ai revelou que o TikTok é o aplicativo líder de compras in-app — aquele tipo que o usuário pode fazer através de cartão de crédito dentro do próprio aplicativo. Isso mesmo, acima de outros como YouTube, Tinder, Disney+ e até mesmo games como Candy Crush e Roblox. A maioria desse dinheiro foi gasto na aquisição de TikTok Coins, a moeda virtual usada para enviar presentes virtuais para influencers. Ainda segundo estimativa do report, o app ultrapassou US$ 1 bilhão em gastos globais do tipo só no primeiro trimestre deste ano, a primeira vez que um aplicativo atinge a marca.
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Monetizando o Threads
O Threads mal chegou e a Meta já está começando a contar dinheiro… Segundo reportagem da Axios, a empresa não vai investir em publicidade para a rede social por enquanto, mas vai disponibilizar ferramentas de branded content por lá em breve. A notícia surpreende (um pouco), pois Adam Mosseri, chefão do Instagram, havia falado pouco após o lançamento do app que ads não fariam parte da experiência por enquanto. Então ele cumpriu a promessa… tecnicamente. Isso vai ser possível através patrocínio de marcas para creators, desde que pelos recursos oficiais da Meta (os mesmos que já existem no Insta). Por enquanto, a orientação é que qualquer ação paga com parceiros deve ser indicada nas legendas e com uso de hashtags, caso contrário, há risco de banimento.
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Apenas uma imagem
O tráfego do Twitter em declínio desde janeiro deste ano…
É CASE QUE VOCÊ QUER, @?
Então se inspire aqui nesse exemplão de conteúdo.
O Instagram da Pantone é uma ótima fonte de inspiração em 2 sentidos: primeiro, como uma maneira de enxergar a variedade de cores possível tanto em cenas do cotidiano quanto no cinema e nas artes. E segundo, como um belíssimo exemplo do objetivo do conteúdo no marketing — educar o público no valor do seu produto. A marca se torna quase sinônimo da palavra “cor” ao mostrar as diversas maneiras como ela pode comunicar em posts altamente engajáveis, seja em temas proprietários ou se aproveitando de assuntos em alta. Dá para pensar igual na sua estratégia, mesmo que você não trabalhe vendendo cores.
BOCADITOS
Links rápidos para leituras demoradas.
• Dicas do LinkedIn para se destacar no feed
• Estudo confirma: séries e filmes com elenco diverso atrai público mais diverso
• O fim da era social na web chegou
Obrigado pela leitura!
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Por, Alberto Cataldi, head estrategista de conteúdo e jornalista. Me segue lá no Linkedinho que também compartilho coisas deste universo (e memes).
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